Como a caminhada ajuda e retardar o avanço do Parkinson
Pesquisa destaca potenciais benefícios proporcionados por caminhada no controle do Parkinson
O Parkinson, doença neurodegenerativa que atinge aproximadamente 200 mil pessoas no Brasil, pode ter o seu avanço controlado por uma simples caminhada diária. É o que indica estudo conduzido por neurocientistas da Universidade Católica do Sagrado Coração, na Itália, ao concluir que a prática pode reduzir uma proteína relacionada às limitações causadas pela doença e aumenta outra associada à neuroproteção.
Durante quatro semanas, a equipe submeteu um grupo de ratos, na fase inicial de Parkinson, a um experimento em que foi possível observar o aumento dos níveis de BDNF, proteína que promove a sobrevivência dos neurônios e interage com o neurotransmissor glutamato para melhorar a plasticidade cerebral.
Os resultados mostram que a atividade física regular foi capaz de neutralizar a disseminação da proteína alfa-sinucleína, responsável pela disfunção gradual e progressiva dos neurônios na doença de Parkinson.”Nosso estudo fornece evidências claras de que o exercício intensivo é eficaz em neutralizar a disseminação de alfa-syn e na prevenção de déficits sinápticos precoces, melhorando os distúrbios motores e cognitivos em animais parkinsonianos”, explicam os autores.
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Ainda de acordo com Paolo Fresco, membro da equipe envolvida no estudo, os efeitos benéficos podem ter uma duração prolongada, que se estendem após a interrupção do treinamento. “Descobrimos um mecanismo inédito que induz efeitos positivos no controle do movimento, os quais podem persistir ao longo do tempo”, afirma.
Concluída a primeira etapa da investigação científica, os pesquisadores estão realizando um ensaio clínico para entender o exercício intensivo e identificar novos marcadores que monitoram a desaceleração do Parkinson e o avanço da doença. Para Fresco, isso poderia levar ao desenvolvimento de tratamentos não medicamentosos complementares às terapias existentes.
Todos os resultados levam a crer na existência de um suporte experimental sólido, que pode consolidar a hipótese de que a atividade física pode atrasar os sintomas do Parkinson. Além disso, hábitos como alimentação saudável, sono regular, gerenciamento de estresse, interação social, atividades de lazer e o cumprimento do plano de tratamento com medicação e acompanhamento médico também são ações indicadas por especialistas.