Como descobrir tendência à demência avaliando a fala de uma pessoa

Segundo pesquisa, mudanças na velocidade geral da fala podem refletir alterações no funcionamento cerebral

Um estudo conduzido por pesquisadores da Universidade de Toronto e do Centro Baycrest de Cuidados Geriátricos, no Canadá, revelou que é possível obter pistas sobre o risco de desenvolvimento de demência ao observar a fala de uma pessoa.

A pesquisa destacou que mudanças na velocidade geral da fala podem refletir alterações no funcionamento cerebral. Isso sugere que a velocidade da fala pode ser um indicador mais importante da saúde cerebral do que dificuldades em encontrar palavras, que  fazem parte do envelhecimento.

Mudanças na velocidade geral da fala podem refletir alterações no funcionamento cerebral
Créditos: kali9/istock
Mudanças na velocidade geral da fala podem refletir alterações no funcionamento cerebral

Testes com os voluntários

O estudo, publicado na revista Ageing, Neuropsychology and Cognition em agosto do ano passado, envolveu 125 voluntários saudáveis com idades entre 18 e 90 anos. Essas pessoas completaram três avaliações distintas.

Em uma delas, os participantes participavam de um jogo de nomeação de imagens. Eles precisavam responder perguntas sobre as imagens enquanto eram distraídos por palavras ouvidas nos fones de ouvido.

Outro teste consistiu em descrever imagens complexas. Um software baseado em IA analisava o desempenho linguístico, incluindo a rapidez da fala e a frequência de pausas.

A última avaliação visava determinar capacidades mentais associadas ao envelhecimento e ao risco de demência, como a função executiva.

O que os pesquisadores descobriram?

Os resultados mostraram que não era a dificuldade em encontrar palavras que estava mais correlacionada com a saúde do cérebro, mas sim a velocidade da fala em torno das pausas.

Isso sugere que a desaceleração da fala, independentemente das pausas para encontrar palavras, pode ser um indicador mais importante de alterações na saúde cerebral.

Os pesquisadores planejam conduzir estudos longitudinais com participantes ao longo de vários anos para investigar se a velocidade da fala pode prever efetivamente a saúde cerebral à medida que as pessoas envelhecem. 
 
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