Como identificar e superar a compulsão alimentar?
O transtorno alimentar afeta milhões de brasileiros e pode estar ligado a questões emocionais profundas
A compulsão alimentar é um transtorno que afeta milhões de pessoas ao redor do mundo. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), 4,7% da população brasileira sofre com essa condição, um índice consideravelmente superior à média global, que é de 2,6%. Trata-se de um problema que vai além da quantidade de comida ingerida, pois envolve aspectos emocionais e psicológicos.

O que causa a compulsão alimentar?
Fatores emocionais desempenham um papel crucial no desenvolvimento da compulsão alimentar. Segundo a terapeuta Amanda Damasceno, da plataforma virtual de assistência médica Ixer, sentimentos como estresse, ansiedade e depressão podem ser gatilhos para esse comportamento. Muitas pessoas encontram na comida uma maneira de buscar conforto, o que acaba criando um ciclo vicioso de dependência emocional e alimentação descontrolada.
Além disso, a compulsão não se limita apenas à ingestão excessiva de alimentos, mas também à incapacidade de controlar os impulsos alimentares, especialmente em momentos de fragilidade emocional. Isso pode levar a sentimentos de culpa e à adoção de comportamentos extremos para compensar os excessos, como o uso de laxantes ou indução ao vômito, agravando ainda mais o problema.
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Principais sintomas do transtorno
Entre os sintomas mais comuns da compulsão alimentar estão a ingestão de alimentos sem fome real, o consumo exagerado de comida até o desconforto físico e a busca por alimentos como uma forma de aliviar emoções negativas. Outros sinais incluem pensamentos constantes sobre comida, comer escondido de amigos e familiares, sentimentos de culpa e vergonha após as refeições e baixa autoestima.
A repetição desse comportamento pode gerar conseqüências significativas para a saúde física e mental, contribuindo para o desenvolvimento de doenças como obesidade, diabetes tipo 2 e transtornos psicológicos associados.
Tratamento e abordagem multidisciplinar
O tratamento da compulsão alimentar envolve diversas frentes. O primeiro passo é compreender e lidar com os gatilhos emocionais por meio da terapia. Sessões com psicólogos ajudam a identificar traumas e padrões de pensamento que levam ao comportamento compulsivo, permitindo que o paciente desenvolva estratégias para controlar os impulsos alimentares.
Além disso, um acompanhamento nutricional adequado é essencial para restabelecer uma relação saudável com a comida. Em alguns casos, o tratamento pode incluir o uso de medicamentos sob orientação médica. O apoio da família também desempenha um papel importante, oferecendo suporte emocional e ajudando a criar um ambiente propício para a recuperação.

Como prevenir a compulsão alimentar?
A prevenção da compulsão alimentar passa por educar as pessoas, desde a infância, sobre a importância de uma relação equilibrada com a comida. Segundo Amanda Damasceno, é fundamental ensinar crianças a desenvolver um pensamento crítico em relação aos padrões irreais de beleza impostos pela mídia. Estar cercado por círculos sociais acolhedores e que promovam uma imagem corporal positiva também ajuda a evitar transtornos alimentares.
Muitas meninas crescem ouvindo que precisam perder peso para se encaixar em determinados padrões, o que pode levar ao desenvolvimento de uma relação prejudicial com a alimentação. Dessa forma, adultos que mantêm uma relação positiva com a comida e com o próprio corpo podem servir de referência para crianças e adolescentes.
A prática regular de atividades físicas também é uma estratégia eficaz, pois ajuda a reduzir o estresse e a ansiedade, promovendo o bem-estar e reduzindo a dependência emocional da comida.
Com informação, suporte e o tratamento adequado, é possível superar a compulsão alimentar e desenvolver uma relação mais saudável com a alimentação.