Como lidar melhor com a traição conjugal

28/08/2017 12:40 / Atualizado em 07/05/2020 04:43

A psicanalista Anna Hirsch Burg recebe com frequência em seu consultório casos de homens e mulheres buscando orientação sobre como lidar com a traição, descobrindo que existem meios de lidar melhor com essa crise. Ela dá dicas em uma coluna no site Minha Vida, parceiro do Catraca Livre.

 
 

“O relato, independentemente do gênero, passa pela ideia insuportável de pensar o parceiro feliz nos braços de outra pessoa. É comum sentir a boca seca, falta de raciocínio lógico, angústia inominável e a sensação de que não pode ser verdade.

Há sempre uma possibilidade da pessoa se reposicionar na relação com o outro, extraindo dessa experiência uma convivência mais sadia, menos conturbada, sem perder de vista também que não existe relação sem conflitos
Não raras vezes, os pacientes relatam a sensação de que ao perder o ser amado o que se perde não é apenas o outro, mas a si mesmo. A perplexidade em constatar que ao invés de serem dominados pelo ódio o que sentem é um amor ainda maior pelo parceiro. Mais insuportável do que saber da traição é a ideia de perder o amor do parceiro.

A infidelidade, desencadeadora de muitos conflitos e rupturas nas relações, é um dos fatores que leva as pessoas a buscar ajuda terapêutica com urgência. A dor de ser traído é, ao lado do luto, um dos maiores sofrimentos de que padece o ser humano, pois faz a inclusão de um terceiro no enredo do casal e inaugura a triste descoberta de que a pessoa amada é capaz de fazer com outra pessoa uma aliança da qual estamos excluídos.

A terapia, seja individual ou de casal, de algum modo pode lançar luz sobre algumas questões sombrias que afetam e perturbam o desenrolar dos relacionamentos. Há sempre uma possibilidade da pessoa se reposicionar na relação com o outro, extraindo dessa experiência uma convivência mais sadia, menos conturbada, sem perder de vista também que não existe relação sem conflitos. Não há como não sofrer frente aos desequilíbrios das relações, mas há como sofrer menos.

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