Como o sedentarismo na infância afeta a vida adulta?

Estudo traz uma valiosa contribuição, ao evidenciar as consequências do sedentarismo precoce na saúde do coração

07/01/2024 22:01

O estudo traz uma valiosa contribuição, ao evidenciar as consequências do sedentarismo precoce na saúde do coração – iStock/Getty Images
O estudo traz uma valiosa contribuição, ao evidenciar as consequências do sedentarismo precoce na saúde do coração – iStock/Getty Images

Recentemente, uma pesquisa realizada por cientistas da Universidade da Finlândia Oriental ganhou destaque ao indicar que o excessivo tempo de inatividade física em crianças, devido às longas horas na frente de telas de dispositivos eletrônicos, pode levar a problemas cardíacos na vida adulta.

Andrew Agbaje, pesquisador responsável pelo estudo, alerta sobre o aumento do risco de eventos cardíacos e derrames, associados com o peso aumentado do coração. “Todas essas horas de tela em jovens se somam a um coração mais pesado. O que sabemos, mediante estudos em adultos, aumenta a probabilidade de ataque cardíaco e derrame”, enfatiza.

Impactos do sedentarismo na infância

O estudo, que observou 766 crianças, concluiu que aos 11 anos os participantes ficavam sedentários durante 362 minutos por dia, aumentando para 474 minutos diários aos 15 anos e para 531 minutos quando se tornavam adultos, com 24 anos. De acordo com as evidências, o tempo sedentário aumentou em média 169 minutos, cerca de 2,8 horas por dia entre a infância e a vida adulta, segundo o estudo.

Além disso, os especialistas avaliaram o peso do ventrículo esquerdo do coração através de ecocardiogramas. Isso ocorreu em duas etapas do estudo, quando os participantes tinham 17 e 24 anos. Após considerar outros fatores de risco como tabagismo e gordura corporal, os cientistas concluíram que o aumento médio de 169 minutos de inatividade diária resultou em um incremento de cerca de 3g na massa ventricular esquerda do coração.

Em estudos anteriores, realizados em adultos, o mesmo aumento na massa do ventrículo esquerdo, ocorrido ao longo de sete anos, acabou associado a um risco duas vezes maior de doença cardíaca, AVC e morte.

“Nosso estudo indica que o acúmulo de tempo inativo está relacionado a danos cardíacos independentemente do peso corporal e da pressão arterial”, afirma Agbaje.

Consequências do sedentarismo na vida adulta

Os resultados do estudo também chamam atenção para maior limitação do tempo passado nas redes sociais e videogames. Pediatras e educadores recomendam ainda a prática regular de atividades físicas, como brincadeiras ao ar livre, equilibrando o tempo de uso de dispositivos eletrônicos. Implementar uma dieta equilibrada e saudável também é fundamental para garantir uma vida adulta livre de problemas cardiovasculares.