Como o tratamento do diabetes pode reduzir o risco de Alzheimer

Descubra como medicamentos para diabetes tipo 2 oferecem proteção adicional contra a demência, segundo estudo recente

31/05/2025 23:02

O uso de medicamentos para diabetes pode ser uma chave na prevenção da demência.
O uso de medicamentos para diabetes pode ser uma chave na prevenção da demência. - nopparit/istock

Dois medicamentos amplamente utilizados no tratamento de diabetes tipo 2, conhecidos como agonistas do receptor do peptídeo semelhante ao glucagon-1 (GLP-1RAs) e inibidores do cotransportador sódio-glicose tipo 2 (SGLT2is), têm mostrado um efeito adicional e surpreendente: a proteção contra a demência, incluindo a doença de Alzheimer. Esse achado vem de um estudo recente da Universidade da Flórida (UF), publicado em abril no JAMA Neurology.

Evidências sugerem benefícios neuroprotetores além do controle glicêmico

A pesquisa, que analisou dados de milhares de idosos com diabetes tipo 2, mostrou que o uso dos medicamentos GLP-1RAs e SGLT2is resultou em um risco significativamente menor de desenvolvimento de Alzheimer e outras formas de demência, quando comparados aos pacientes que usavam outros medicamentos hipoglicemiantes. Esse dado sugere que, além do controle glicêmico, esses fármacos poderiam ajudar a retardar o declínio cognitivo.

A pesquisa abre novas possibilidades no cuidado de pacientes com diabetes tipo 2.
A pesquisa abre novas possibilidades no cuidado de pacientes com diabetes tipo 2. - iStock/SewcreamStudio

O impacto no futuro do tratamento de doenças neurodegenerativas

Os efeitos positivos desses medicamentos no controle glicêmico e cardiovascular são bem conhecidos, mas a nova descoberta amplia o escopo de suas possíveis aplicações, sugerindo que possam atuar na prevenção de doenças neurodegenerativas. Para os autores do estudo, a evidência aponta para um papel potencial na redução do risco de Alzheimer, especialmente em pacientes com diabetes. Isso abre uma nova perspectiva de prevenção para a população mais ampla, incluindo indivíduos sem diabetes.

Pesquisas futuras: impacto e segurança no longo prazo

Apesar dos resultados promissores, os pesquisadores destacam que mais estudos são necessários para confirmar os benefícios desses medicamentos em grupos mais amplos e para avaliar possíveis riscos do uso prolongado. O próximo passo será investigar quais pacientes se beneficiam mais dessa ação neuroprotetora.

A importância da prevenção para pacientes diabéticos

A descoberta tem relevância significativa, pois pacientes com diabetes tipo 2 já enfrentam um risco maior de desenvolver demência, principalmente Alzheimer. O uso de tratamentos que vão além do controle glicêmico é um avanço importante para a saúde pública, especialmente em um cenário de envelhecimento populacional crescente. O estudo também sublinha a necessidade de um acompanhamento multidisciplinar para pacientes com doenças crônicas como o diabetes, envolvendo endocrinologistas, neurologistas e geriatras.

Sinal de Alzheimer surge antes dos 40 anos

Pesquisas recentes indicam que os primeiros sinais da Doença de Alzheimer podem aparecer em pessoas com menos de 40 anos. Esse diagnóstico precoce desafia a visão tradicional da doença, apontando a necessidade de novos estudos sobre fatores genéticos e ambientais que aceleram seu desenvolvimento. Clique aqui para saber mais.