O componente cancerígeno da panela e como escolher uma opção segura
Nem toda panela tem a substância ligada ao tipo mais comum de câncer de fígado, mas é preciso atenção; confira algumas recomendações
O sulfonato de perfluorooctano (PFOS) é uma substância química artificial associada ao aumento do risco de carcinoma hepatocelular não viral, o tipo mais comum de câncer de fígado. De acordo com um estudo da Universidade do Sul da Califórnia, a exposição a esse componente pode elevar em até 4,5 vezes a chance de desenvolver a doença.

Apesar de pouco conhecido, o PFOS está presente em utensílios de uso cotidiano, especialmente em panelas e frigideiras com revestimento antiaderente.
Por essa razão, a descoberta acende um alerta para quem prioriza produtos que prometem facilitar o preparo de alimentos e uma vida mais saudável.
Teflon e o risco à saúde
O PFOS faz parte do grupo de substâncias per e polifluoroalquil (PFAS), usadas para criar superfícies antiaderentes, impermeáveis e resistentes a manchas.
O teflon, amplamente utilizado em panelas, é associado ao ácido perfluorooctanoico (PFOA), outro componente químico com potenciais efeitos adversos à saúde, segundo a American Cancer Society.
A ligação entre as PFAS e doenças hepáticas não é uma novidade completa: desde os anos 1970, pesquisas sugerem riscos em ambientes industriais.
Contudo, o estudo mais recente fornece evidências em humanos, reforçando a necessidade de cautela no uso de utensílios com esses materiais.
Devo descartar minhas panelas antiaderentes?
Não é preciso pânico imediato, mas sim atenção. Nem todas as panelas antiaderentes contêm PFOS ou PFOA.
O desgaste visível, como arranhões, descascamentos, manchas e rachaduras no revestimento, é um sinal claro de que o utensílio deve ser trocado.

Além disso, seguir as instruções do fabricante ajuda a prolongar a segurança e a durabilidade.
O alumínio e o cobre também são perigosos?
Embora o alumínio seja amplamente utilizado por ser um excelente condutor de calor, ele pode soltar partículas tóxicas.
Estudos mostram que o alumínio pode se soltar na comida e, devido à neurotoxicidade desse metal, está relacionado a diversos males, como o desenvolvimento de Alzheimer.
Para reduzir os riscos, é recomendável não armazenar alimentos cozidos diretamente na panela e usar esponjas macias para evitar desgaste.
Panelas de cobre, valorizadas pela eficiência térmica, também exigem atenção. No Brasil, a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) estabeleceu que esses utensílios devem conter um revestimento (ouro, prata, níquel ou estanho) para evitar a absorção do cobre, que também é nocivo à saúde.

Quais são as alternativas mais seguras?
Existem várias opções de panelas que minimizam os riscos associados a componentes químicos tóxicos. Conheça algumas delas:
- Ferro fundido: resistente e de longa vida útil, libera pequenas quantidades de ferro, um mineral benéfico ao organismo. Exige cuidados para evitar ferrugem e acúmulo de resíduos.
- Vidro: totalmente seguro, não libera resíduos nem altera o sabor dos alimentos. Por outro lado, distribui calor de maneira desigual e requer cuidado com choques térmicos.
- Cerâmica esmaltada: quando fabricadas com materiais adequados, são livres de toxinas e não porosas. No entanto, são mais pesadas e podem quebrar com facilidade.

Como prevenir o câncer de fígado associado ao uso de panelas?
- Escolha panelas livres de PFAS: opte por marcas que declaram explicitamente não usar PFOS ou PFOA em seus produtos.
- Evite superfícies danificadas: troque panelas com sinais de desgaste.
- Mantenha a temperatura controlada: evite aquecer panelas vazias ou em temperaturas extremas.
Avaliar os materiais dos utensílios é um passo importante para minimizar exposições a substâncias nocivas e proteger o fígado e todo o organismo.