Composto no sangue do cordão umbilical pode explicar o autismo

Descoberta no sangue do cordão umbilical pode ajudar na prevenção do autismo em futuras gerações

30/11/2024 22:29

Cientistas podem ter descoberto a causa do autismo ao descobrir uma ligação entre o risco da condição e ácidos graxos no cordão umbilical.
Cientistas podem ter descoberto a causa do autismo ao descobrir uma ligação entre o risco da condição e ácidos graxos no cordão umbilical. - Simon Dannhauer/iStock

Pesquisadores da Universidade de Fukui, no Japão, podem ter dado um passo importante para entender a origem do autismo. Um estudo recente apontou uma ligação entre ácidos graxos no sangue do cordão umbilical e o risco de desenvolver a condição, oferecendo novas perspectivas sobre o transtorno.

Descoberta no sangue do cordão umbilical relacionada ao autismo

Em uma análise de amostras de sangue do cordão umbilical de 200 crianças, cientistas encontraram uma substância chamada diHETrE, que pode ter grande impacto na gravidade do Transtorno do Espectro Autista (TEA). A pesquisa revela que os níveis desse composto no sangue estão associados a diferentes manifestações do autismo, com implicações potenciais para diagnósticos e tratamentos futuros.

Como o composto diHETrE influencia o autismo

O estudo, publicado no jornal Psychiatry and Clinical Neurosciences, revelou que os níveis mais elevados de diHETrE estavam relacionados a dificuldades nas interações sociais, um dos principais sinais do TEA. Por outro lado, os níveis mais baixos desse composto foram associados a comportamentos repetitivos e restritivos, frequentemente observados em crianças com autismo.

Surpreendentemente, a pesquisa identificou que essa correlação foi mais pronunciada em meninas do que em meninos, o que abre novas questões para investigações mais profundas sobre as diferenças de gênero no desenvolvimento do autismo.

Potencial para prevenir o autismo no futuro

Os pesquisadores sugerem que, no futuro, medir os níveis de diHETrE logo após o nascimento pode se tornar uma ferramenta valiosa para identificar crianças com risco de desenvolver o transtorno. Além disso, eles apontam que, ao inibir o metabolismo do diHETrE durante a gestação, seria possível reduzir as chances de manifestações do TEA. No entanto, os cientistas alertam que são necessárias mais pesquisas antes de tirar conclusões definitivas sobre a viabilidade dessa abordagem.

O que é o autismo?

O autismo, também conhecido como Transtorno do Espectro Autista (TEA), é uma condição neurobiológica que afeta a forma como uma pessoa percebe e interage com o mundo. Estima-se que 1 em cada 100 crianças seja diagnosticada com autismo, segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS). As manifestações do TEA variam amplamente: algumas pessoas podem viver de maneira independente, enquanto outras necessitam de cuidados constantes ao longo da vida.