Condição comum aumenta risco de desenvolver câncer de endométrio

Pesquisadores fizeram o alerta após 13 mil mulheres de um grupo de estudo com 120 mil desenvolverem a doença

05/04/2024 14:32

Um estudo realizado por pesquisadores da Universidade de Bristol, na Inglaterra, identificou uma condição que está associada a um risco aumentado de câncer de endométrio, uma forma de câncer que afeta revestimento interno do útero.

Segundo os pesquisadores, um em cada três casos da doença no Reino Unido (34%) está ligado ao excesso de peso.

Essa conclusão surgiu após a análise dos dados de 120 mil mulheres em sete países.

Entre todas as voluntárias, aproximadamente 13 mil foram diagnosticadas com a doença.

Pesquisadores encontram relação entre excesso de peso e câncer de endométrio
Pesquisadores encontram relação entre excesso de peso e câncer de endométrio - PantherMediaSeller/DepositPhotos

O estudo que saiu em 2022 na revista especializada BMC Medicine é um dos primeiros desse tipo a examinar o efeito do IMC ao longo da vida no risco de câncer de útero.

O câncer principal investigado no estudo foi o de endométrio, pois esse é o tipo mais comum encontrado no útero.

Os especialistas observaram que, para cada cinco pontos extras no índice de massa corporal (IMC), o risco de uma mulher desenvolver um tumor uterino é quase o dobro (88%).

“Este é um número mais alto do que a maioria dos estudos anteriores sugeriram e reflete a influência do ganho de peso ao longo da vida na saúde das mulheres”, afirmaram os autores do estudo.

Quais os sinais de alerta do câncer do endométrio?

  • Sangramento vaginal anormal, como sangramento entre os períodos menstruais, sangramento após a menopausa ou períodos menstruais mais pesados ​​do que o normal.
  • Dor pélvica persistente.
  • Dor durante a relação sexual.
  • Descarga vaginal incomum, como secreção aquosa, sanguinolenta ou com odor desagradável.
  • Mudanças no padrão urinário, como dificuldade para urinar ou urinar com frequência.
  • Perda de peso inexplicada.
  • Sensação de pressão ou desconforto na pelve.
  • Fadiga persistente.
  • Inchaço abdominal.
  • Alterações repentinas nos hábitos intestinais.

É importante ressaltar que esses sinais e sintomas são comuns na doença, mas não garantem a presença de câncer de endométrio.

No entanto, se você estiver experimentando algum desses sintomas, especialmente se forem persistentes ou graves, é essencial consultar um médico para avaliação.

De acordo com o Instituto Nacional de Câncer (Inca), o câncer uterino pode ocorrer em qualquer faixa etária, apesar de ser mais comum em mulheres que já se encontram na menopausa.

Além do excesso de peso, outras condições aumentam o risco desse tipo de câncer. Veja abaixo:

Quais fatores de risco do câncer de endométrio?

  • Idade avançada
  • Terapia de reposição hormonal
  • Síndrome dos ovários policísticos (SOP)
  • Histórico familiar
  • Diabetes
  • Terapia de radiação pélvica
  • Uso prolongado de tamoxifeno para tratamento do câncer de mama
  • Menstruação precoce ou menopausa tardia

De acordo com o A.C. Camargo Center, 90% das mulheres com câncer de endométrio têm sangramento vaginal anormal, após a menopausa ou entre períodos menstruais.

Entre 5% e 20% das mulheres na pós-menopausa com esse sintoma têm câncer de endométrio.

Geralmente a condição ocorre em mulheres na pós-menopausa. Cerca 20% dos casos são diagnosticados em mulheres entre 40 e 50 anos. Por outro lado, 5% ocorre antes dos 40 anos.

Quais as chances de cura do câncer de endométrio?

As chances de cura do câncer de endométrio variam dependendo de vários fatores. No entanto, com diagnóstico precoce e tratamento adequado, as taxas de sobrevivência são geralmente altas.

Em estágios iniciais, quando o câncer está confinado ao útero, as chances de cura são significativamente maiores.

Tratamentos como cirurgia, radioterapia e quimioterapia podem ser eficazes na remoção do câncer, além de prevenir recorrências.

No entanto, se o câncer se espalhar para além do útero para outros órgãos ou tecidos, o prognóstico pode ser menos favorável.

Nesses casos, o tratamento pode se concentrar em controlar a progressão da doença e aliviar os sintomas para melhorar a qualidade de vida.

É importante notar, no entanto, que cada caso é único e as chances de cura podem ser influenciadas por vários fatores, incluindo idade, saúde geral do paciente e resposta ao tratamento.

Além disso, o acompanhamento médico regular após o tratamento é essencial para monitorar quaisquer sinais de recorrência e garantir uma recuperação completa.

Qual a função do endométrio?

O endométrio é responsável por fornecer um ambiente propício para a implantação e nutrição do embrião, garantindo assim o sucesso da gravidez.

Além disso, o endométrio passa por mudanças cíclicas durante o ciclo menstrual, preparando-se para a possível gravidez e, se não ocorrer fertilização, é descartado durante a menstruação.

Essa renovação contínua do endométrio é fundamental para a saúde reprodutiva da mulher.