Conheça o Sangue de Ouro, um tipo sanguíneo que apenas 50 pessoas no mundo possuem
Essa condição faz com que apenas bancos de sangue altamente especializados mantenham pequenas amostras desse sangue especial
Entre as diversas classificações sanguíneas, uma delas se destaca por sua extrema raridade: o chamado “sangue dourado”, conhecido cientificamente como Rh-nulo. Estima-se que menos de cinquenta pessoas no mundo apresentam essa tipagem, tornando-a objeto de fascínio, estudo e cautela na medicina transfusional, especialmente por seu impacto em tratamentos especiais.

O que caracteriza o sangue dourado e por que ele é tão raro?
O sangue dourado é caracterizado pela ausência total de antígenos do sistema Rhesus (Rh) nas hemácias, resultado de uma mutação genética muito incomum. Sem esses antígenos, o Rh-nulo apresenta características muito específicas, podendo ser doado, em princípio, para pacientes com variantes raras do sistema Rh, o que o torna valioso em situações muito específicas de incompatibilidade Rh.
No entanto, quem possui Rh-nulo só pode receber sangue do mesmo tipo, o que aumenta a raridade e os desafios em situações emergenciais. Essa condição faz com que apenas bancos de sangue altamente especializados mantenham pequenas amostras desse sangue especial.
No vídeo do Canal Pido Biologia, ele explica sobre o que é o Sangue Dourado. Veja a seguir:
Quais são os principais riscos e desafios para quem possui sangue dourado?
Apesar de o portador de sangue dourado poder doar para pacientes com deficiência em antígenos Rh, ele enfrenta riscos graves se precisar de transfusão. A única alternativa compatível é receber sangue de outro doador Rh-nulo.
Entre os problemas mais importantes relacionados ao tratamento e transfusões para pessoas com Rh-nulo, destacam-se:
- Dificuldade para localizar doadores compatíveis em tempo hábil
- Estocagem muito limitada em bancos de sangue especializados
- Elevado risco de reações imunológicas graves em transfusões incompatíveis

Entenda como a ciência busca produzir sangue dourado em laboratório
Pesquisadores têm investido em alternativas para driblar a escassez da tipagem Rh-nulo. Avanços recentes incluem o uso de células-tronco e ferramentas de edição genética para criar sangue sem os antígenos Rh.
Diversos métodos estão em estudo e, para tornar isso mais claro, veja alguns exemplos de estratégias que estão sendo testadas atualmente:
- Produção de hemácias sem antígenos Rh a partir de células-tronco em laboratório
- Editação genética com técnicas como o CRISPR para inativar antígenos do sangue comum
- Testes clínicos para avaliar a segurança e eficácia do sangue artificial em transfusões reais
O sangue dourado pode revolucionar a medicina transfusional?
Avanços em biotecnologia oferecem novas perspectivas para pacientes que necessitam de transfusões totalmente específicas, como os portadores de Rh-nulo. Em um futuro próximo, métodos laboratoriais eficientes e seguros poderão tornar a oferta desse sangue menos dependente de doadores humanos raríssimos.
Enquanto a produção sintética em larga escala não se concretiza, o papel dos doadores voluntários segue sendo indispensável tanto para salvar vidas como para apoiar o avanço científico em transfusão sanguínea. O sangue dourado continua sendo crucial para a ciência e para a esperança de pacientes, impulsionando colaborações internacionais e novas terapias médicas.