Conheça sintomas, riscos e cuidados essenciais contra a leptospirose

A leptospirose, doença bacteriana, é frequente em áreas de inundações

26/05/2024 10:48

A leptospirose é uma doença causada por bactérias do gênero Leptospira, transmitida principalmente pelo contato com a urina de ratos infectados ou com água e lama contaminadas. Em regiões propensas a enchentes, a incidência pode aumentar mais de 10 vezes, conforme alerta a Organização Mundial da Saúde (OMS).

A bactéria invade o corpo humano por meio de mucosas na boca, nariz e olhos, além de penetrar pela pele em casos de exposição prolongada à água contaminada, sendo feridas e cortes portas de entrada facilitadas.

Saiba como prevenir da leptospirose
Saiba como prevenir da leptospirose - Gustavo Mansur/Palácio Piratini

Os sintomas iniciais da leptospirose são semelhantes aos de doenças como dengue e gripe, dificultando o diagnóstico, especialmente durante surtos de dengue. A confirmação da doença depende de exames laboratoriais e do histórico de exposição a enchentes.

Na fase inicial, durante a primeira semana, os sintomas mais comuns incluem febre súbita acima de 38°C, calafrios, dor de cabeça, dores musculares (especialmente nas panturrilhas), falta de apetite, náusea e vômitos. Cerca de 30% dos pacientes também apresentam olhos avermelhados, um sinal distintivo da doença, segundo o Ministério da Saúde.

Aproximadamente 15% dos infectados podem desenvolver sintomas graves a partir da segunda semana, quando o corpo aumenta a produção de anticorpos. Os sintomas mais sérios incluem icterícia (pele e olhos amarelados), insuficiência renal, alterações no nível de consciência e hemorragias. Tosse seca e falta de ar podem indicar envolvimento pulmonar.

A taxa de mortalidade pode variar de 10% a 50%, especialmente em casos de hemorragia pulmonar.

A leptospirose é uma doença infecciosa febril aguda que é transmitida a partir da exposição direta ou indireta à urina de animais (principalmente ratos)
A leptospirose é uma doença infecciosa febril aguda que é transmitida a partir da exposição direta ou indireta à urina de animais (principalmente ratos) - Lauro Alves/SECOM

Abaixo, leia as recomendações contra a leptospirose. As informações são do Ministério da Saúde e foram divulgadas no Portal do Governo:

  • Cubra cortes ou arranhões com bandagens à prova d’água;
  • Se possível, utilize botas e luvas para reduzir o contato com a água contaminada, ou sacos plásticos duplos amarrados nas mãos e nos pés;
  • Após as águas baixarem, retire a lama e desinfete pisos, paredes e bancadas com água sanitária, deixando agir por 15 minutos (sempre com a proteção de luvas e botas de borracha);
  • Não nade ou beba água doce de fonte que possa estar contaminada pela água da enchente;
  • Descarte alimentos e medicamentos que tiveram contato com a água da inundação;
  • Trate a água antes do consumo, fervendo ou utilizando hipoclorito de sódio;
  • Caso seja profissional de saúde ou de resgate, use equipamentos de proteção individual (EPIs).

Leptospirose no Brasil

Em 2023, o Brasil registrou 3.128 casos confirmados de leptospirose, resultando em 258 óbitos e uma taxa de letalidade de 8,2%. As regiões Sul e Sudeste foram as mais afetadas, com 1.119 e 1.021 casos, respectivamente.

Devido à limitação dos testes, que detectam a leptospirose apenas após uma semana do início dos sintomas, é essencial procurar atendimento médico imediatamente ao suspeitar da infecção, para iniciar o tratamento com antibióticos o mais cedo possível. 

*Com informações do Ministério da Saúde e do Portal do Governo.