Conhecer sinais de infarto acelera recuperação e reduz mortalidade, revela estudo

O estudo, divulgado durante o Congresso da Sociedade Europeia de Cardiologia 2023, aborda a importância de conhecer os sinais de ataque cardíaco

A importância de conhecer os sintomas de ataque cardíaco, segundo pesquisa
Créditos: iStock/stevanovicigor
A importância de conhecer os sintomas de ataque cardíaco, segundo pesquisa

Se você já assistiu a qualquer programa médico ou ouviu falar sobre ataque cardíaco, provavelmente sabe algo sobre dor no peito, perda de consciência e suor frio como sintomas principais.

Diante disso, de acordo com um estudo apresentado no Congresso da Sociedade Europeia de Cardiologia de 2023, reconhecer e agir em resposta a esses sintomas pode levar a uma recuperação mais rápida e eficaz.

O estudo comprova que o conhecimento realmente é poder. A pesquisa analisou dados do KRAMI-RCC, um registro de sobreviventes de ataque cardíaco na Coreia do Sul.

Aprender a reconhecer os sintomas do ataque cardíaco pode ser uma verdadeira questão de vida ou morte, principalmente se você já passou por isso antes.

Importância de reconhecer os sintomas

Conforme o autor do estudo, Dr. Kyehwan Kim, do Hospital da Universidade Nacional de Gyeongsang, os pacientes que já tiveram mais de um ataque cardíaco são mais propensos a reconhecer os sintomas.

Apesar disso, a taxa de identificação desses sintomas ainda é considerada baixa em todos os grupos de pacientes, conforme afirma Kyehwan.

O reconhecimento dos sintomas é fundamental, pois pode reduzir o tempo de tratamento e melhorar as chances de sobrevivência.

Além da sensação no peito, outros efeitos de um infarto abrangem:

  • dor no peito;
  • falta de ar;
  • suores frios;
  • dor irradiada para a mandíbula, ombro ou braço;
  • tontura/vertigem/tontura/perda de consciência;
  • dor de estômago.

Em caso de sintomas, é crucial chamar uma ambulância imediatamente e obter tratamento rápido. O estudo investigou a associação entre o reconhecimento dos sintomas, o tempo de tratamento e os resultados clínicos.

De acordo com Kim, “a maioria das pessoas menciona a dor no peito, mas menos de um terço identifica consistentemente os demais sintomas.”

Descoberta do estudo

Para a realização da pesquisa, foram catalogadas respostas de sobreviventes de ataques cardíacos logo no início de sua recuperação. Enfermeiros treinados conduziram os questionamentos, todos voltados para registrar os possíveis sintomas sentidos pelos pacientes.

A análise ainda considerou características sociais dos indivíduos, como idade, sexo, status de relacionamento e escolaridade. Também foi levantado o histórico de saúde das pessoas, a fim de se observar a reincidência de infartos e o diagnóstico de outras doenças ou condições médicas.

O estudo incluiu um total de 11.894 pessoas. As análises mostram que 52,3% das pessoas conseguiram reconhecer os sintomas do infarto. Ainda de acordo com o estudo, os pacientes que reconheceram os sintomas tiveram menor taxa de mortalidade hospitalar (1,5%) em comparação com aqueles que não o fizeram (6,7%).

Os indivíduos que não conseguem reconhecer os sintomas foram associados a quadros clínicos com possíveis complicações, como choque cardiogênico e insuficiência cardíaca.

Conscientização sobre ataque cardíaco

“É necessário educar o público em geral sobre os ataques cardíacos. Se sentir os primeiros sintomas de um infarto, deve-se solicitar uma ambulância imediatamente. Em nosso estudo, os pacientes que conheciam os sintomas de um ataque cardíaco tinham maior probabilidade de receber tratamento rapidamente e, consequentemente, sobreviver”, afirma Kim.

Em um país como o Brasil, onde os ataques cardíacos são a maior causa de morte, é fundamental receber atendimento de urgência nos primeiros minutos para salvar uma vida.

Portanto, é essencial a conscientização e o conhecimento público dos sintomas de um ataque cardíaco.