Coração em alerta vermelho: poluição e estresse urbano aumentam hipertensão em grandes cidades
Como metrópoles aumentam risco de ataque cardíaco e derrame; veja como se proteger

O dia 26 de abril é o Dia Nacional de Prevenção e Combate à Hipertensão Arterial, também conhecida como pressão alta, um dos principais fatores de risco para doenças cardiovasculares, que representam a principal causa de morte no Brasil.
De acordo com dados da Vigilância de Fatores de Risco e Proteção para Doenças Crônicas por Inquérito Telefônico (Vigitel), a hipertensão afeta cerca de 27,9% da população brasileira. A doença não tem cura, mas pode ser tratada e controlada por meio de medicamentos e mudanças no estilo de vida.
As diretrizes internacionais de saúde cardiovascular destacam a hipertensão arterial como o principal fator de risco modificável para morbidade e mortalidade associadas a doenças cardiovasculares e a todas as causas, em nível global. Em grandes cidades, como São Paulo, o risco dessa condição é potencializado, exigindo, então, a adoção de medidas preventivas e terapêuticas mais rigorosas.
“As diretrizes internacionais nos alertam para a crescente importância de controlar a pressão arterial (PA), mas em cidades como São Paulo, a situação é ainda mais desafiante,” afirma o Dr. Marcio Gonçalves de Sousa, Chefe da Seção de Hipertensão do Instituto Dante Pazzanese de Cardiologia (IDPC). “Os fatores ambientais e o estilo de vida urbano podem agravar a hipertensão e aumentar o risco de complicações graves.”
Os desafios da vida urbana:
Existem diversos fatores da vida em grandes metrópoles que influenciam na qualidade de vidam e saúde da população. Além dos impactos do estilo de vida agitado, o ambiente urbano pode criar uma atmosfera prejudicial à saúde por meio de aspectos como poluição, ruídos e temperatura:
- Poluição do ar: A exposição contínua a partículas finas (PM2.5) aumenta o risco de hipertensão em até 21%. Cidades com altos índices de poluição registram um aumento significativo nos casos de pressão alta, especialmente entre crianças e idosos.
- Ruído excessivo: O trânsito caótico e a poluição sonora constante elevam os níveis de cortisol, o hormônio do estresse, desregulando o sistema cardiovascular e promovendo a hipertensão.
- Estresse térmico: As mudanças climáticas, particularmente as variações de temperatura, têm um impacto significativo na PA. Estudos demonstram que a temperatura ambiente está inversamente associada à pressão. No inverno, a pressão arterial sistólica pode aumentar em média 5 mmHg, elevando o risco de eventos cardiovasculares.
- Estilo de vida: A dificuldade de acesso a alimentos saudáveis, a falta de áreas verdes e o sedentarismo, comuns nas grandes cidades, agravam os fatores de risco para a hipertensão.
Recomendações:
Para amenizar os riscos à saúde por viver em grandes centros urbanos, algumas ações sugeridas são implementações de políticas públicas e monitoramento do ambiente. Com isso, é possível medir importantes pontos que possam impactar negativamente na saúde:
Políticas de qualidade do ar: Implementar e fiscalizar rigorosamente as políticas de controle da poluição do ar, reduzindo as emissões de veículos, indústrias e queimadas.
Planejamento urbano sustentável: Priorizar o planejamento urbano que reduza a exposição ao ruído, promova a criação de áreas verdes e incentive o uso de transporte público e meios de transporte não motorizados.
Monitoramento e adaptação climática: Monitorar as variações climáticas e implementar medidas de adaptação para proteger a população vulnerável, como a criação de centros de acolhimento durante ondas de calor e frio.
Ações de conscientização: Promover campanhas de conscientização sobre os riscos da hipertensão e a importância de hábitos saudáveis, como alimentação equilibrada, prática de exercícios físicos e controle do estresse.
Um apelo à ação:
“A hipertensão arterial é uma doença silenciosa, mas com graves consequências (AVC, insuficiência cardíaca, infarto, entre outras). Morar em São Paulo não precisa ser uma sentença. Com informação, prevenção e tratamento adequado, podemos proteger nossos corações e garantir uma vida mais longa e com qualidade,” finaliza o Dr. Marcio Gonçalves de Sousa.
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