Creatina ajuda a preservar desempenho cognitivo durante privação de sono, aponta estudo
Estudo pioneiro revela que a creatina pode atenuar os efeitos da privação de sono no cérebro, melhorando o desempenho cognitivo

Uma pesquisa publicada na revista Scientific Reports em fevereiro de 2024 revelou que uma única dose elevada de creatina monohidratada pode melhorar significativamente o desempenho cognitivo durante períodos de privação de sono. O estudo foi realizado por pesquisadores do Instituto de Neurociência e Medicina e do Hospital Universitário de Aachen, na Alemanha.
Até então, os benefícios da creatina para o cérebro eram principalmente associados ao uso contínuo do suplemento ou ao aumento de desempenho físico. No entanto, os cientistas constataram que uma única dose já é capaz de gerar alterações metabólicas no cérebro, com impacto positivo imediato nas funções cognitivas.
No experimento, participantes permaneceram 21 horas com sono restrito e, após ingerirem pelo menos 20 gramas de creatina, demonstraram melhorias expressivas em testes de memória verbal, raciocínio lógico e velocidade de processamento. O pico de melhora ocorreu nas quatro primeiras horas após a suplementação, com efeitos sustentados por cerca de nove horas.
Energia extra para o cérebro, mas com cautela
Os exames mostraram que a creatina elevou os níveis de fosfocreatina, ATP e da proporção tCr/tNAA — substâncias diretamente relacionadas ao fornecimento de energia para o cérebro. Esses compostos são fundamentais para manter o funcionamento das funções cognitivas, especialmente em situações de estresse, como a privação de sono, ajudando a preservar memória, concentração e clareza mental.

Os resultados indicam que a creatina funciona como um reforço energético imediato para o cérebro, contribuindo para proteger o desempenho mental quando o corpo está cansado. A melhora no metabolismo energético cerebral foi determinante para sustentar o raciocínio e a capacidade cognitiva dos participantes.
Apesar dos achados positivos, os pesquisadores alertam que o uso de doses altas de creatina sem orientação médica pode sobrecarregar os rins e oferecer riscos à saúde. Eles reforçam que essa estratégia não deve ser aplicada de forma indiscriminada e destacam a necessidade de mais estudos para avaliar a segurança e a eficácia da suplementação em diferentes contextos.