Criança morre com suspeita de ameba comedora de cérebro

Entenda como ocorre a infecção, que é rara, e quais os sintomas

Uma criança de Nebraska, nos EUA, morreu esta semana após suspeita de infecção rara por uma ameba comedora de cérebro.

Acredita-se que a criança tenha contraído a infecção chamada meningoencefalite amebiana primária (PAM) após nadar em um rio.

A condição é causada por Naegleria fowleri, um organismo unicelular encontrado em fontes de água doce quentes, como rios, lago e córregos.

Criança morre com suspeita de infecção por ameba comedora de cérebro
Créditos: sutthiphorn phanchart/istock
Criança morre com suspeita de infecção por ameba comedora de cérebro

As infecções por Naegleria fowleri são muito raras. De 2012 a 2021, apenas 31 casos foram relatados nos Estados Unidos, segundo dados dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças  (CDC). Desses, a grande maioria – 28 pessoas – foi infectada em água recreativa.

Duas foram infectadas após realizar irrigação nasal com água da torneira contaminada e um foi infectado por água contaminada em um brinquedo aquático, segundo o CDC.

Esse tipo de organismo celular é encontrado em águas quentes
Créditos: moose henderson/istock
Esse tipo de organismo celular é encontrado em águas quentes

Como ocorre a transmissão?

As pessoas podem ser infectadas quando a água contendo a ameba sobe pelo nariz, que é a principal porta de entrada do microrganismo. A infecção não ocorre pela ingestão de água contaminada e aqueles que estão infectados não transmitem a doença a outras pessoas.

Sintomas parecidos com meningite

Muitas vezes o problema não é diagnosticado rapidamente por ser pouco comum. Além disso, a condição tende a ser confundida com meningite, devido aos sintomas parecidos. A pessoa fica com intolerância ao barulho e luz, dor de cabeça, enjoo, hemorragia e inchaço no cérebro.

Existem poucos casos na literatura médica, o que dificulta precisão no diagnóstico e chances de cura. Em 95% dos casos as pessoas contaminadas morreram.

Mais da metade dos casos que ocorreram nos EUA aconteceram no Texas e na Flórida, onde os organismos microscópicos crescem na água morna das lagoas. No Brasil, ainda não há registros desse tipo de contaminação.