Crianças que mamaram pelo menos 1 ano são boas em matemática

Pesquisadores de Oxford comprovam: amamentar por mais de seis meses pode fazer a diferença nos resultados escolares

09/06/2023 12:12

Um novo estudo feito por pesquisadores da Universidade de Oxford e publicado na revista científica Archives of Disease in Childhood aponta que amamentar por mais tempo do que os seis meses recomendados pode fazer a diferença na vida escolar de seu filho.

Crianças que mamaram por pelo menos um ano tiveram 38% mais chances de obter nota máxima em provas de inglês e 39% em exames de matemática, de acordo com o estudo.

Crianças que mamaram pelo menos 1 ano são boas em matemática
Crianças que mamaram pelo menos 1 ano são boas em matemática - iSTock

Crianças que mamaram pelo menos 1 ano são melhores em matemática

Pesquisadores do Reino Unido conduziram um estudo utilizando as notas do General Certificate of Secondary Education (GCSE), um teste realizado ao final do primeiro e segundo ano do Ensino Médio, que tem duração total de quatro anos. Eles descobriram que crianças amamentadas por pelo menos um ano tiveram 25% menos chances de reprovar no GCSE de inglês.

Com base em dados de 5 mil crianças na Inglaterra, os pesquisadores constataram que aquelas que foram amamentadas por pelo menos quatro meses apresentaram cerca de 12% mais chances, em comparação com as não amamentadas, de obter aprovação em pelo menos cinco das seis provas do GCSE, incluindo inglês e matemática, com notas médias.

Os cientistas acreditam que o leite materno contém ácidos graxos poli-insaturados importantes, que auxiliam no estímulo do desenvolvimento cerebral.

Muitos críticos já apontaram falhas em estudos que relacionam o grau de amamentação com os resultados escolares, por não considerarem o fato de que a maioria das crianças amamentadas por mais tempo são filhas de pais mais instruídos e com melhores condições financeiras.

No entanto, a atual pesquisa conseguiu identificar diferenças nos resultados das notas nas provas, mesmo levando em conta as diferenças socioeconômicas dos pais. Os cientistas consideraram essas diferenças como sendo “modestas”.

Reneé Pereyra-Elías, autora principal do estudo realizado na Universidade de Oxford, ressalta que as mães que não conseguem amamentar não devem sentir-se culpadas ou preocupadas com o desempenho escolar de seus filhos, uma vez que existem inúmeros outros estímulos que também influenciam no desenvolvimento.