Demência: saiba quais remédios para dormir aumentam risco da doença

Cerca de 8,5% da população com 60 anos ou mais convivem com a doença no Brasil

28/12/2024 12:32

Entenda quais são os riscos dos medicamentos para dormir na saúde cerebral – iStock/Drs Producoes
Entenda quais são os riscos dos medicamentos para dormir na saúde cerebral – iStock/Drs Producoes - iStock/Drs Producoes

Um estudo da Universidade da Califórnia lançou luz sobre uma questão que preocupa cada vez mais médicos e pesquisadores: o impacto dos remédios para dormir no risco de desenvolver demência.

Publicado no Journal of Alzheimer’s Disease em janeiro de 2023, o estudo sugere que o uso frequente desses medicamentos pode aumentar consideravelmente esse risco, especialmente entre pessoas brancas mais velhas.

Durante nove anos, os pesquisadores acompanharam quase 3.000 idosos, inicialmente sem sinais da doença, com idade média de 74 anos e uma amostra composta por 58% de participantes brancos e 42% negros. No fim do período, cerca de 20% haviam desenvolvido a doença cognitiva.

Por que esses medicamentos para dormir aumentam a chance de demência? 

Entre os voluntários brancos que usavam soníferos “frequentemente” ou “quase sempre,” o risco de demência era 79% maior em comparação com aqueles que “nunca” ou “raramente” recorriam a essas drogas. Curiosamente, essa tendência não foi observada entre os participantes negros, que usavam esses medicamentos com menor frequência.

O estudo também revelou que brancos e negros têm padrões diferentes no uso de remédios para dormir. Os brancos, por exemplo, tinham três vezes mais chance de tomar esses medicamentos entre cinco e 15 vezes por mês e eram significativamente mais propensos a usar benzodiazepínicos (como Halcion, Dalmadorm e Restoril) e “drogas Z” (como zolpidem). Eles também tinham dez vezes mais chance de usar trazodona, um antidepressivo que também ajuda no sono.

A pesquisa ressalta a necessidade de mais estudos para identificar quais tipos de soníferos podem ter mais impacto sobre a cognição e como a frequência do uso influencia o risco. Enquanto isso, os cientistas sugerem que alternativas não-medicamentosas para melhorar o sono sejam priorizadas, buscando reduzir a exposição ao uso frequente desses remédios.