Demi Lovato diz que não quer ‘rótulo de bipolar’. Entenda

07/08/2017 11:16

A cantora Demi Lovato fala abertamente sobre transtorno bipolar, problema que foi diagnosticada em 2011.

Em entrevistas e nas redes sociais ela compartilha com seguidores sua rotina e as batalhas que travou contra o distúrbio, mas, recentemente, disse que não gosta de ser rotulada como bipolar.

  “Trata-se de algo que eu tenho, não quem eu sou”, disse em entrevista
  “Trata-se de algo que eu tenho, não quem eu sou”, disse em entrevista

“Acho que quando as pessoas se referem a mim como bipolar, apesar de ser verdade–eu realmente sou bipolar–me incomoda que isso seja um rótulo”, disse em entrevista ao programa iHeartRadio, segundo matéria do UOL.

Ela completou explicando como essa classificação não corresponde à sua essência, mas sim a uma condição: “Trata-se de algo que eu tenho, não quem eu sou. Falar de Demi Lovato como ativista é algo do qual eu realmente me orgulharia”. Veja a matéria completa.

O que é o Transtorno bipolar

“O transtorno bipolar é um problema em que as pessoas alternam entre períodos de muito bom humor e períodos de irritação ou depressão. As chamadas “oscilações de humor” entre a mania e a depressão podem ser muito rápidas e podem ocorrer com muita ou pouca frequência”, explica o psiquiatra Persio Ribeiro Gomes de Deus ao Minha Vida, parceiro do Catraca Livre.

Problema faz com que pacientes alternem períodos de muito bom humor e períodos de irritação ou depressão
Problema faz com que pacientes alternem períodos de muito bom humor e períodos de irritação ou depressão - Getty Images/iStockphoto

Segundo o especialista, existem várias formas do transtorno:

  • Transtorno bipolar tipo 1: pacientes apresentam pelo menos um episódio e períodos de depressão profunda.
  • Transtorno bipolar tipo 2: pacientes nunca apresentaram episódios completos. Em vez disso, elas apresentam períodos de níveis elevados de energia e impulsividade que não são tão intensos como os da mania (chamado de hipomania). Esses episódios se alternam com episódios de depressão

Uma forma leve de transtorno bipolar chamada ciclotimia envolve oscilações de humor menos graves. Pessoas com essa forma alternam entre hipomania e depressão leve. As pessoas com transtorno bipolar do tipo II ou ciclotimia podem ser diagnosticadas incorretamente como tendo apenas depressão.

Apesar das causas serem desconhecidas, alguns fatores desequilíbrio nos neurotransmissores, hormônios, hereditariedade e até fatores externos (estresse e traumas), podem influenciar no desenvolvimento do quadro.

Os sintomas de transtorno bipolar dependem do tipo exato da doença e costumam variar de pessoa para pessoa. Pode acontecer, também, de sintomas de depressão e hipomania acontecerem ao mesmo tempo.

Sintomas da “Fase maníaca”:

  • Distrair-se facilmente
  • Redução da necessidade de sono
  • Capacidade de discernimento diminuída
  • Pouco controle do temperamento
  • Compulsão alimentar, beber demais e/ou uso excessivo de drogas
  • Manter relações sexuais com muitos parceiros
  • Gastos excessivos
  • Hiperatividade
  • Aumento de energia
  • Pensamentos acelerados que se atropelam
  • Fala em excesso
  • Autoestima muito alta (ilusão sobre si mesmo ou habilidades)
  • Grande envolvimento em atividades
  • Grande agitação ou irritação.

Segundo Persio, a fase maníaca do transtorno bipolar pode durar dias e até mesmo meses. Os sintomas acima são mais comuns em pessoas que tem o tipo 1 da doença. No tipo 2, os sinais são similares, mas menos intensos.

Fase depressiva:

  • Desânimo diário ou tristeza
  • Dificuldade de se concentrar, de lembrar ou de tomar decisões
  • Perda de peso e perda de apetite
  • Comer excessivamente e ganho de peso
  • Fadiga ou falta de energia
  • Sentir-se inútil, sem esperança ou culpado
  • Perda de interesse nas atividades que antes eram prazerosas
  • Baixa autoestima
  • Pensamentos sobre morte e suicídio
  • Problemas para dormir ou excesso de sono
  • Afastamento dos amigos ou das atividades que antes eram prazerosas.

Caso haja sintomas que apontem que a pessoa tem o transtorno é importante buscar ajuda médica para ter um diagnóstico e tratamento correto, que – seguido corretamente -melhorará a qualidade de vida do paciente. Leia a matéria completa.