Depressão: pesquisadores criam remédio que age em 2 horas

Estudo divulgado por pesquisadores chineses é considerado um marco no tratamento da depressão

Efeitos observados por especialistas mostram que o remédio contra a depressão também deve evitar os efeitos colaterais tão comuns em outras terapias – iStock/Getty Images
Créditos: Getty Images
Efeitos observados por especialistas mostram que o remédio contra a depressão também deve evitar os efeitos colaterais tão comuns em outras terapias – iStock/Getty Images

Um novo remédio contra a depressão pode ajudar a combater a doença em apenas duas horas, sugere estudo divulgado por pesquisadores da Universidade de Medicina de Nanjing, na China.

O experimento foi relatado em um artigo publicado na revista Science, onde o grupo descreveu como se deu a abordagem para o tratamento da depressão.

Em estudos anteriores, a pesquisa lançou mão de inibidores de recaptação de serotonina que reduzem a depressão ao direcionar os transportadores de serotonina. Assim, eles aumentam os níveis de serotonina no cérebro.

Com a nova droga, os pesquisadores adotaram uma nova abordagem. Assim, quando injetada em camundongos, ela modificou o disparo de neurônios que produzem serotonina, aumentando essa quantidade, o que eles acreditam ser suficiente para diminuir os sintomas da depressão em humanos.

Por isso concluiu-se que, como o cérebro começa a aumentar a quantidade de serotonina no córtex pré-frontal medial quase imediatamente, os efeitos do composto devem ser sentidos dentro de algumas horas.

O que é a depressão?

Considerado uma das condições mentais mais comuns dos dias atuais, o transtorno depressivo maior é  caracterizado por um desequilíbrio químico no cérebro. A doença afeta áreas relacionadas ao humor, energia, prazer, sono, apetite, libido, memória, entre outras.

Ao longo dos anos, estudos sobre o tema identificaram que os hormônios do estresse são tão atuantes sobre a saúde dos neurônios que chegam a provocar uma redução das dimensões do hipocampo, estrutura envolvida na memória e no controle de emoções.

Algumas pesquisas genéticas indicam que o risco de depressão resulta da influência de vários genes que atuam em conjunto com fatores ambientais ou outros.

Tratamentos

Independente da gravidade, há tratamentos eficazes para depressão, quem envolve terapia com psicológicos e medicamentos antidepressivos.

De acordo com o médico psiquiatra Fernando Fernandes, do Instituto de Psiquiatria da USP (IPQ), metade dos casos não responde de uma maneira satisfatória à primeira medicação, sendo necessário, em algumas vezes, ajustes de doses e remédios.

“Ao combinar todas as estratégias disponíveis, em 80% dos casos restaura-se a vida normal da pessoa, deixando-a livre dos sintomas. E nos 20% restantes, consegue-se uma melhora muito grande, diminuindo a incapacitação e os riscos”, afirma.

Sintomas da depressão

Transtornos depressivos podem apresentar diferentes sintomas. A gravidade, frequência e duração variam dependendo do indivíduo. Veja alguns sinais:

Emoções e sentimentos:

Tristeza
Angústia
Ansiedade
Baixa autoestima
Insegurança
Medo

Cognitivos:

Diminuição da concentração
Diminuição da memória recente
Dificuldades de retenção das informações
Pensamento mais lento
Ideias pessimistas
Visão niilista a respeito de si, do mundo, do futuro e dos relacionamentos

Físicos:

Alterações do sono
Alterações do apetite
Aparecimento de dores pelo corpo
Redução da energia
Fadiga