Dermatite atópica: pesquisa sugere causa inesperada para alta dos casos
Pesquisa aponta fator de risco para o aumento dos casos de dermatite atópica, destacando o que pode agravar a saúde da pele
Uma pesquisa publicada na revista científica PLOS ONE aponta uma causa inesperada no aumento dos casos de dermatite atópica, também conhecida como eczema: a poluição do ar.
O estudo analisou dados de mais de 280 mil pessoas nos Estados Unidos e revelou que áreas com altos níveis de partículas poluentes finas, chamadas PM2.5, apresentaram taxas de dermatite atópica mais de duas vezes superiores às de regiões menos poluídas.
O que são as partículas PM2.5 e como elas afetam a pele?
As partículas PM2.5 são emitidas principalmente por veículos e indústrias. Por serem extremamente pequenas, elas conseguem ultrapassar as barreiras naturais da pele, atingindo camadas mais profundas do corpo.
- Exposição ‘Presépios de Hilda Breda’ está disponível até 11/01 em São Bernardo
- 5 praias baratas no Sudeste para curtir com pouco dinheiro
- Como não cair no golpe do falso Uber no aeroporto de Guarulhos
- Estudo revela como alimentos podem combater a perda de memória
Essa exposição ativa o sistema imunológico, causando inflamações que podem agravar a dermatite atópica ou até desencadear a condição em pessoas saudáveis.
A doença é caracterizada por sintomas como pele seca, coceira intensa, vermelhidão e, em casos graves, feridas.
Descobertas do estudo
O levantamento utilizou dados do programa norte-americano “All of Us Research”, cruzando informações de saúde de participantes com medições de poluição em 788 localidades urbanas e rurais. Os resultados mostraram que:
- Regiões com maior concentração de PM2.5 registraram mais casos de dermatite atópica.
- Condições alérgicas, como asma e rinite, aumentam a vulnerabilidade à doença em áreas poluídas.
- Mesmo pessoas sem histórico de alergias estão em risco quando expostas a altos níveis de poluição.
- Além disso, a pesquisa confirmou que a poluição não afeta apenas o sistema respiratório, mas também impacta diretamente a saúde da pele.
Embora o estudo tenha foco nos Estados Unidos, outros países, como Alemanha, Taiwan e Austrália, já identificaram a mesma relação entre poluição do ar e doenças de pele.
Essas evidências sugerem que o problema é global e está particularmente ligado a regiões urbanas e industrializadas, onde os níveis de poluição são mais elevados.
O que pode ser feito para reduzir os impactos?
Os pesquisadores enfatizam que as descobertas são um alerta para governos e autoridades de saúde pública. Medidas como o controle das emissões industriais, o incentivo a transporte mais limpo e a criação de políticas de redução da poluição podem contribuir diretamente para diminuir os casos de dermatite atópica.
Para a população em geral, recomendações incluem evitar atividades ao ar livre em dias de alta poluição, usar roupas que protejam a pele e investir em purificadores de ar para ambientes internos.