Uma pesquisa publicada na revista Science revelou uma nova possibilidade no tratamento da síndrome do ovário policístico (SOP), um distúrbio hormonal comum em mulheres em idade reprodutiva.

O estudo da Universidade Fudan, na China, sugere que compostos derivados da planta medicinal Artemisia annua, tradicionalmente usada contra a malária, podem oferecer uma abordagem natural para reduzir os sintomas da SOP.

Como o composto age no corpo?

A Artemisia annua contém artemisininas, compostos que atuam diretamente na produção de hormônios masculinos, como a testosterona.

Esse composto age diretamente sobre a enzima CYP11A1, crucial na produção de testosterona.

Em experimentos com camundongos, foi observado que as artemisininas reduziram a produção desses hormônios, regulando os ciclos menstruais e aumentando a fertilidade.

Em testes humanos, 19 mulheres que utilizaram diidroartemisinina, um remédio comum para malária por 12 semanas, também apresentaram uma diminuição significativa de testosterona e regulação menstrual, sem efeitos colaterais aparentes.

Futuro do estudo

Embora os resultados iniciais sejam promissores, especialistas afirmam que ainda é cedo para considerar a artemisinina como tratamento definitivo para a SOP.

Estudos em maior escala são necessários para confirmar sua eficácia e segurança a longo prazo. O potencial do composto está em sua capacidade de melhorar a resistência à insulina e reduzir os níveis de androgênios, mas a recomendação é de cautela até ocorrerem mais pesquisas.

Quais são as possíveis causas da SOP?

Embora a causa exata da SOP ainda seja desconhecida, o desequilíbrio hormonal é um fator significativo. A condição é marcada por níveis elevados de andrógenos (hormônios sexuais masculinos), que desequilibram os hormônios reprodutivos femininos.

Além disso, a SOP pode ter origem genética, e estar relacionada a altos níveis de insulina e excesso de peso.

Alguns sintomas da síndrome tendem a acabar sendo negligenciados ou até mesmo confundidos com outras condições de saúde. 

Quais sintomas da SOP acabam sendo ignorados?

• Excesso de pelos no corpo: além do crescimento de pelos faciais, a SOP pode causar pelos grossos e escuros em áreas como mamilos, peito, costas e coxas devido à produção excessiva de andrógenos.
• Afinamento do cabelo: enquanto há crescimento excessivo de pelos em algumas partes do corpo, a SOP pode levar ao afinamento e queda de cabelo na cabeça.
• Desejos por açúcar: mulheres com SOP frequentemente apresentam resistência à insulina, o que pode aumentar risco de diabetes tipo 2.
• Apneia do sono: a condição pode aumentar o risco de apneia do sono, um distúrbio que causa interrupções na respiração durante o sono.
• Manchas escuras e secas na pele: a SOP pode causar manchas escuras e secas na pele, que geralmente aparecem nas axilas, pescoço e virilha.

Esses sintomas, muitas vezes negligenciados, merecem atenção adequada para garantir um manejo eficaz da SOP e melhorar a qualidade de vida das mulheres afetadas. Por fim, consulte seu médico para orientações específicas.