Descoberto um novo fator que leva ao Parkinson, segundo pesquisa
Entenda como uma recente pesquisa sobre o Parkinson pode ajudar no tratamento, identificando um novo gatilho para a doença
Uma pesquisa desenvolvida pela Universidade de Northwestern (EUA), propõe uma nova teoria sobre a origem da doença de Parkinson. A descoberta pode melhorar consideravelmente a eficácia dos tratamentos desse distúrbio neurodegenerativo.
A degeneração das células que produzem o neurotransmissor dopamina, chamados de neurônios dopaminérgicos, normalmente é tida como o desencadeador do Parkinson. Contudo, o novo estudo sugere que antes dessa degeneração se desenvolver há uma disfunção na comunicação entre os neurônios, originada por uma mutação genética que resulta em déficits de dopamina.
A doença de Parkinson, segundo essa pesquisa, afeta entre 1% e 2% da população e é manifestada, em geral, por tremores em repouso, rigidez e lentidão dos movimentos.
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Com a perda gradual dos neurônios dopaminérgicos, localizados no mesencéfalo, ocorre uma redução na produção de dopamina responsável pela transmissão da informação entre as células cerebrais.
Doença de Parkinson e relação com disfunção sináptica
O estudo revela que antes dos neurônios serem degenerados, as sinapses dopaminérgicas se tornam disfuncionais. Isso levanta a hipótese que a melhor estratégia terapêutica seria o direcionamento das sinapses disfuncionais para evitar a morte neuronal.
Os genes Pink1 e Parkin são essenciais para o funcionamento normal das células. Isso porque eles são responsáveis pela reciclagem ou eliminação de mitocôndrias – as estruturas celulares que não estão operando bem.
Pesquisas anteriores já demonstraram que o mau funcionamento desses genes pode estar relacionado com o desenvolvimento da doença de Parkinson. No novo estudo, os cientistas perceberam que apenas uma pequena alteração no gene Parkin poderia desencadear a doença.
Contribuição no tratamento do Parkinson
O recente avanço da pesquisa permite vislumbrar um novo caminho para a prevenção da doença de Parkinson. Os cientistas descobriram que o Parkin tem a função crítica de controlar a liberação de dopamina. E que a disfunção nas sinapses, causada pela alteração do Parkin, precede a neurodegeneração dos neurônios dopaminérgicos.
Isso conduziu à ideia de que, se fortalecermos a atividade do Parkin, poderíamos eventualmente prevenir a degeneração neuronal no Parkinson.
A partir desta descoberta, os cientistas buscam desenvolver medicamentos que estimulem a atuação do Parkin, corrigindo a disfunção sináptica e, idealmente, prevenindo a degeneração neuronal no Parkinson.
A nova perspectiva é importante, pois aponta que não apenas o número de neurônios que produzem dopamina é afetado, mas também a maneira como essa dopamina é controlada na sinapse. Atualmente, os tratamentos se concentram em aumentar a quantidade de dopamina.
O próximo passo, no entanto, seria otimizar o controle dessa dopamina e, assim, melhorar o funcionamento das sinapses.