Descubra como a solidão afeta a memória dos idosos

Pesquisadores descobrem que sentir-se solitário impacta a memória dos idosos. Veja como o isolamento social se compara

Por Thatyana Costa em parceria com João Gabriel Braga (Médico - CRMGO 28223)
25/10/2024 01:02 / Atualizado em 26/10/2024 20:05

Pesquisa aponta para fator que contribuiu para a perda de memória de pessoas mais velhas
Pesquisa aponta para fator que contribuiu para a perda de memória de pessoas mais velhas - Ischukigor/DepositPhotos

Pesquisadores da Universidade de Waterloo, no Canadá, conduziram um estudo com quatro grupos de idosos, avaliando os impactos da solidão e do isolamento social na perda de memória. O acompanhamento, realizado ao longo de seis anos, revelou que a solidão é um fator crucial para o declínio da memória, superando até mesmo o isolamento social.

Os participantes foram divididos em quatro categorias:

  • Socialmente isolados e solitários
  • Apenas socialmente isolados
  • Apenas solitários
  • Aqueles que não se enquadram em nenhuma das categorias

    Os resultados mostraram que o grupo que enfrentava tanto a solidão quanto o isolamento social apresentou o maior declínio na memória. Embora o isolamento social tenha um impacto negativo, a solidão por si só também se destacou, evidenciando que estar cercado por pessoas não garante proteção contra a perda de memória.

O papel da solidão na saúde mental

A solidão é uma emoção subjetiva que pode ser sentida mesmo em meio a atividades sociais. Esta condição está frequentemente ligada à depressão e ao aumento dos hormônios do estresse, fatores que contribuem para a deterioração da memória. Segundo Ji Won Kang, principal autor do estudo, “as pessoas que eram socialmente isoladas e solitárias tiveram o maior declínio na memória, que se intensificou ao longo dos seis anos.” O estudo ressalta que a solidão sozinha teve um impacto significativo, desafiando a ideia de que apenas o isolamento social é prejudicial.

Além disso, os pesquisadores observaram que indivíduos que podem estar isolados socialmente, mas não se sentem solitários, podem estimular suas capacidades cognitivas através de atividades como leitura, jogos e hobbies, que promovem o bem-estar mental.

Dicas para manter a saúde cerebral

O cérebro humano possui a capacidade de adaptar suas conexões neuronais ao longo da vida, um fenômeno conhecido como plasticidade cerebral. Isso significa que é possível adquirir novas habilidades a qualquer idade. Algumas estratégias para manter a saúde cerebral incluem:

  • Experimentar Novas Atividades: Viajar, aprender um novo idioma ou ler são ótimas formas de estimular o cérebro.
  • Exercício Físico: A prática regular de atividades físicas favorece o crescimento de novas células cerebrais.
    Conexões Sociais: Conhecer novas pessoas e manter interações sociais enriquecedoras também é benéfico para a plasticidade cerebral.
  • Investir no bem-estar mental é fundamental para preservar a memória e a saúde cerebral à medida que envelhecemos.