Descubra como certos aromas podem ajudar a combater a depressão

Cheiros como café e lavanda ajudam na recuperação da memória em pessoas com depressão.

Por Thatyana Costa em parceria com Anna Luísa Barbosa (Médica Generalista - CRMGO 33271)
23/09/2024 09:31

Estudo descobre que alguns cheiros auxiliam no combate à depressão.
Estudo descobre que alguns cheiros auxiliam no combate à depressão. - YorVen/istock

Um estudo recente conduzido por pesquisadores da Universidade de Pittsburgh, nos EUA, sugere que certos aromas podem ajudar a aliviar os sintomas de depressão.

Segundo a pesquisa, publicada no JAMA Network Open, cheiros evocam memórias positivas de forma mais eficaz do que palavras, sendo um possível caminho para melhorar o bem-estar de pessoas com transtorno depressivo.

Os pesquisadores expuseram 32 participantes, com idades entre 18 e 55 anos, que sofrem de depressão, a uma variedade de aromas contidos em potes. Após cada inalação, os voluntários deveriam recordar uma memória específica.

Em outra etapa do estudo, os mesmos indivíduos foram instruídos a recordar memórias com base em “dicas de palavras”, sem a presença dos aromas.

O resultado foi claro: os cheiros se mostraram mais eficazes para a recuperação de memórias positivas, especialmente 12 deles, como café, lavanda, óleo de coco e extrato de baunilha.

Como os aromas ajudam a ativar memórias e aliviar sintomas

De acordo com Kimberly Young, neurocientista e professora de Psiquiatria que liderou a pesquisa, o estímulo ao bulbo olfatório, responsável pelo sentido do olfato, parece ser fundamental para a ativação da amígdala, uma área do cérebro que regula emoções e respostas de “luta ou fuga”. Essa conexão facilita a recuperação de memórias e pode melhorar a regulação emocional de pessoas com depressão.

Young explica que muitos pacientes depressivos relatam dificuldades para relembrar momentos passados, especialmente os mais felizes. Ao melhorar essa capacidade, acredita-se que será possível auxiliar na resolução de problemas e melhorar a função emocional.

A pesquisadora planeja futuros estudos com scanners cerebrais para confirmar se os aromas realmente ativam a amígdala de pessoas com depressão, o que pode abrir novos caminhos terapêuticos.