Descubra quais alimentos ultraprocessados influenciam a depressão
Segundo evidências obtidas no estudo, o consumo com alta concentração de açúcar, e adoçantes artificiais, aumenta a probabilidade de depressão em 37%
De acordo com um estudo divulgado pela Faculdade de Medicina de Harvard a ingestão de alimentos ultraprocessados como refrigerantes, refeições prontas e batatas fritas pode aumentar a possibilidade de desenvolver depressão.
Os pesquisadores acompanharam os hábitos alimentares e a saúde mental de mais de 31.000 mulheres com idade entre 42 e 62 anos. Nenhuma delas tinha depressão no início e tiveram suas dietas avaliadas por meio de questionários a cada quatro anos, de 2003 a 2017.
A depressão foi definida como sendo diagnosticada por um médico ou a utilização regular de antidepressivos. A ingestão de mais de 8,8 porções de qualquer tipo de alimento ultraprocessado por dia aumentou o risco de depressão em 49% em comparação com o consumo de menos de quatro porções diárias.
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Porém, especialistas independentes afirmam que são necessários mais estudos para comprovar que os adoçantes estão causando depressão e os motivos disso. “Este estudo fornece uma visão sobre o papel potencial dos adoçantes artificiais na saúde física e mental. Mas isto precisa de confirmação através de mais investigação, para além dos dados observacionais”, explicou Dr. Sharmili Edwin Thanarajah, do Hospital Universitário de Frankfurt.
Ultraprocessados x depressão
Segundo evidências obtidas no estudo, o consumo com alta concentração de açúcar, e adoçantes artificiais, aumenta a probabilidade de depressão em 37%, a maior porcentagem entre os alimentos ultraprocessados estudados.
Durante o estudo, os pesquisadores verificaram que os componentes químicos presentes em bebidas, como a Diet Coke, podem causar alterações no cérebro ligadas a problemas de saúde mental. “Uma maior ingestão de alimentos ultraprocessados, especialmente bebidas adoçadas artificialmente, está associada ao aumento do risco de depressão”, afirma o Dr. Raaj Mehta, da Faculdade de Medicina de Harvard.
A resposta, segundo os especialistas, consiste em dois pontos: primeiro, no fato de que os produtos são submetidos a elevados níveis de processamento e, segundo, contêm ingredientes que não seriam normalmente utilizados na culinária doméstica.
Como por exemplo aditivos alimentares, gorduras hidrogenadas, amido modificado, emulsificantes e corantes artificiais, de acordo com o sistema de classificação NOVA. Estes alimentos já foram associados anteriormente a obesidade, diabetes tipo 2 e câncer.
O aspartame, um adoçante artificial encontrado em muitas bebidas ultraprocessadas como a Diet Coke, acabou sendo rotulado como “potencialmente cancerígeno” pela Organização Mundial da Saúde em julho de 2023. A OMS também emitiu uma orientação recomendando que as pessoas evitem o uso de adoçantes não açucarados para perder peso.