Dia Nacional da Esclerose Múltipla: causa ainda é desconhecida
Hoje, 30, é Dia Nacional da Conscientização da Esclerose Múltipla, mal silencioso, que acomete o cérebro e a medula espinhal, causando danos na visão, fala, audição e movimentos do corpo todo.
A doença é autoimune, quando o sistema imunológico ataca e destrói tecidos saudáveis do corpo por engano. Ela ocasiona a perda de mielina (substância cuja função é fazer com que o impulso nervoso percorra os neurônios), o que leva à interferência na transmissão dos impulsos elétricos e isto produz os diversos sintomas da doença, como aponta a ABEM – Associação Brasileira de Esclerose Múltipla.
O problema atinge 2,3 milhões de pessoas em todo o mundo, segundo dados da OMS, sendo 35 mil delas no Brasil, estima a ABEM.
Apesar de atingir pessoas de todas as idades, a doença acomete com maior frequência pessoas de 20 a 40 anos, na maioria das vezes, mulheres brancas.
De acordo com a coordenadora do Instituto de Neurologia do Hospital Santa Paula, Renata Simm, os sintomas são variados e duram mais que 24 horas. A esclerose múltipla se manifesta por surtos que começam de repente, atingem o ápice e cessam.
O diagnóstico é clínico, baseado no relato do paciente e em exames como a ressonância magnética do cérebro e o exame do líquido da espinha.
Eles são importantes para sua confirmação e também para afastar outras doenças que podem simular a esclerose múltipla. Entre os principais sintomas estão:
- Turvações e perda da visão;
- Pequenas alterações no controle da urina;
- Fraqueza em partes isoladas do corpo;
- Formigamento das pernas ou de um lado do corpo;
- Desequilíbrio;
- Falta de coordenação motora ou tremores;
- Fadiga.
Para que já foi diagnosticado, Renata explica que é necessário manter uma vida ativa: “A descoberta da doença pode impactar. Portanto, a melhor maneira de lidar com isso é ter um estilo de vida mais leve. As pessoas que vivem de forma mais ativa sofrem menos com a doença”, afirma.
A causa da Esclerose Múltipla ainda é desconhecida e ainda não tem cura. Porém, segundo Renata, existem meios de diminuir a progressão da doença, como:
- Ter acompanhamento médico regular e tomar a medicação corretamente;
- Manter um estilo de vida saudável, com boa alimentação, repouso e qualidade de vida, considerando uma parte do dia para relaxar;
- Evitar temperaturas extremas, pois elas podem piorar os sintomas pré-existentes ou até induzir novos surtos;
- Fazer fisioterapia quando houver comprometimento dos movimentos;
- Em caso de surtos agudos, permanecer em repouso;
- Fazer exercícios físicos para auxiliar o processo de recuperação após um surto.