Diabetes: quais os sintomas, causas e como tratar?

Existem dois tipos de Diabetes: Tipo 1 e Tipo 2. Cerca de 90% das pessoas com diabetes têm o Tipo 2

22/11/2016 18:27 / Atualizado em 29/10/2019 17:01

O diabetes é uma doença causada pela produção insuficiente ou má absorção de insulina, hormônio que regula a glicose no sangue e garante energia para o organismo.

A insulina é um hormônio que tem a função de quebrar as moléculas de glicose (açúcar) transformando-a em energia para manutenção das células do nosso organismo.+

Mais de 6% da população brasileira vive com Diabetes
Mais de 6% da população brasileira vive com Diabetes - iStock/@ediebloom

O diabetes pode causar o aumento da glicemia e as altas taxas podem levar a complicações no coração, nas artérias, nos olhos, nos rins e nos nervos. Em casos mais graves, pode levar à morte.

De acordo com a Sociedade Brasileira de Diabetes, no Brasil, mais de 13 milhões de pessoas vivem com a doença, o que representa 6,9% da população nacional.

Tipos de diabetes

Diabetes tipo 1

O Tipo 1 de diabetes concentra entre 5 e 10% do total de pessoas com a doença e aparece geralmente na infância ou adolescência, mas pode ser diagnosticado em adultos também. Essa variedade é sempre tratada com insulina, medicamentos, planejamento alimentar e atividades físicas, para ajudar a controlar o nível de glicose no sangue.

Diabetes tipo 2

Cerca de 90% das pessoas com diabetes têm o Tipo 2. Ele se manifesta mais frequentemente em adultos, mas crianças também podem apresentar.

Dependendo da gravidade, ele pode ser controlado com atividade física e planejamento alimentar. Em outros casos, exige o uso de insulina e/ou outros medicamentos para controlar a glicose.

Diabetes gestacional

O diabetes gestacional pode ocorrer em qualquer mulher e nem sempre os sintomas são identificáveis. Por isso, recomenda-se que todas as gestantes pesquisem, a partir da 24ª semana de gravidez (início do 6º mês), como está a glicose em jejum e, mais importante ainda, a glicemia após estímulo da ingestão de glicose, o chamado teste oral de tolerância a glicose.

Fatores de risco

Já se sabe que há uma influência genética, mas ainda não há pesquisa conclusivas sobre os fatores de risco para o Diabetes Tipo 1.

A melhor forma de prevenir o diabetes e diversas outras doenças é a prática de hábitos saudáveis
A melhor forma de prevenir o diabetes e diversas outras doenças é a prática de hábitos saudáveis - @FatCamera/iStock

Já o Tipo 2, você deve ficar atento se:

  • Tem diagnóstico de pré-diabetes – diminuição da tolerância à glicose ou glicose de jejum alterada (Veja em Você já ouviu falar de pré-diabetes?)
  • Tem pressão alta;
  • Tem colesterol alto ou alterações na taxa de triglicérides no sangue;
  • Está acima do peso, principalmente se a gordura estiver concentrada em volta da cintura;
  • Tem um pai ou irmão com diabetes;
  • Tem alguma outra condição de saúde que pode estar associada ao diabetes, como a doença renal crônica (veja em Complicações);
  • Teve bebê com peso superior a quatro quilos ou teve diabetes gestacional (veja em Diabetes Gestacional);
  • Tem síndrome de ovários policísticos;
  • Teve diagnóstico de alguns distúrbios psiquiátricos, como esquizofrenia, depressão, transtorno bipolar;
  • Tem apneia do sono;
  • Recebeu prescrição de medicamentos da classe dos glicocorticoides.

Na gestação, fique atenta à:

  • Idade materna mais avançada;
  • Ganho de peso excessivo durante a gestação;
  • Sobrepeso ou obesidade;
  • Síndrome dos ovários policísticos;
  • História prévia de bebês grandes (mais de 4 kg) ou de diabetes gestacional;
  • História familiar de diabetes em parentes de 1º grau (pais e irmãos);
  • História de diabetes gestacional na mãe da gestante;
  • Hipertensão arterial na gestação;
  • Gestação múltipla (gravidez de gêmeos).

Atenção: não ignore os fatores de risco. Quanto mais cedo você tiver o diagnóstico, mais rápido poderá agir para continuar saudável.

Pré-Diabetes

Quando os níveis de glicose no sangue estão mais altos do que o normal, mas não o suficiente para um diagnóstico de Diabetes Tipo 2, é sinal de que você está pré-Diabético.

O pré-diabetes é especialmente importante por ser a única etapa que ainda pode ser revertida ou mesmo que permite retardar a evolução para o diabetes e suas complicações.

A mudança de hábito alimentar e a prática de exercícios são os principais fatores de sucesso para o controle. No entanto, para 60% dos pacientes, a dieta é o passo mais difícil a ser incorporado na rotina.

É fácil ouvir que você tem diabetes? Não. Entretanto, se você tiver informação de qualidade e aprender tudo que precisa para o seu dia a dia com a doença, pode ter uma vida longa, feliz e saudável
É fácil ouvir que você tem diabetes? Não. Entretanto, se você tiver informação de qualidade e aprender tudo que precisa para o seu dia a dia com a doença, pode ter uma vida longa, feliz e saudável - iStock/@simpson33

Assim como o Tipo 2, o pré-diabetes pode chegar à sua vida sem que você perceba. Tenha consciência dos riscos e busque o diagnóstico caso:

  • Esteja com pressão alta;
  • Alto nível de LDL (‘mau’ colesterol) e triglicérides; e/ou baixo nível de HDL (‘bom’ colesterol)
  • Sobrepeso, principalmente se a gordura se concentrar em torno da cintura

Sintomas

Os principais sintomas do diabete são: fome e sede excessiva e vontade de urinar várias vezes ao dia.

Sintomas do Diabetes Tipo 1:

  • Fome frequente;
  • Sede constante;
  • Vontade de urinar diversas vezes ao dia;
  • Perda de peso;
  • Fraqueza;
  • Fadiga;
  • Mudanças de humor;
  • Náusea e vômito.

Sintomas do Diabetes Tipo 2:

  • Fome frequente;
  • Sede constante;
  • Formigamento nos pés e mãos;
  • Vontade de urinar diversas vezes;
  • Infecções frequentes na bexiga, rins e pele;
  • Feridas que demoram para cicatrizar;
  • Visão embaçada.

Diagnóstico

Com uma gotinha de sangue e três minutos de espera, já é possível saber se há alguma alteração na taxa de glicemia. Caso a alteração seja considerável, é necessária a realização de outros exames, mais aprofundados.

Para ter certeza do resultado e assim começar o tratamento, o médico deve solicitar o teste oral de tolerância à glicose, mais conhecido como Curva Glicêmica.

O exame é feito em diversas etapas, em que são coletadas amostras de sangue em um tempo determinado, geralmente de 30 em 30 minutos. Nos intervalos, o paciente deve ingerir um xarope de glicose. Os resultados são dispostos apresentados em um gráfico e permitem o diagnóstico preciso.

Tô com Diabetes, e agora?

Em caso de resultados positivos para Diabetes em seus exames, uma das coisas mais importantes é controlar o nível de glicose no sangue, para evitar complicações.

A medição pode ser feita por meio de um monitor de glicemia ou por meio de bombas de insulina. Os dois tipos de aparelho devem ser adquiridos e usados com orientação da equipe médica.

Planejamento alimentar e exercícios físicos são fundamentais para evitar e tratar a diabetes
Planejamento alimentar e exercícios físicos são fundamentais para evitar e tratar a diabetes - iStock/@ratmaner

É importante seguir as orientações para que a medição seja feita nos horários corretos, nas situações corretas e com a frequência ideal.

Os medicamentos do tratamento dependem do grau de necessidade de cada pessoa. Independente disso, o Sistema Único de Saúde (SUS) oferece medicamentos de graça.

São seis medicamentos financiados pelo Ministério da Saúde e liberados nas farmácias credenciadas.

Desta forma, os doentes têm assegurado gratuitamente o tratamento integral no Sistema Único de Saúde, que fornece à população as insulinas humana NPH – suspensão injetável 1 e insulina humana regular, além de outros três medicamentos que ajudam a controlar o índice de glicose no sangue: Glibenclamida, Metformida e Glicazida.

Em março de 2017, a Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no SUS (CONITEC) incorporou ao SUS duas novas tecnologias para o tratamento do diabetes.

  • A caneta para injeção de insulina, para proporcionar a melhor comodidade na aplicação, facilidade de transporte, armazenamento e manuseio e maior assertividade no ajuste da dosagem;
  • Insulina análoga de ação rápida, que são insulinas semelhantes às insulinas humanas, porém com pequenas alterações nas moléculas, que foram feitas para modificar a maneira como as insulinas agem no organismo humano, especialmente em relação ao tempo para início de ação e duração do efeito.