Diabetes e saúde articular: Como a doença pode impactar seu ombro

O ombro congelado é uma condição que transforma a articulação do ombro em um espaço rígido e doloroso

Por André Nicolau em parceria com João Gabriel Braga (Médico - CRMGO 28223)
24/02/2025 18:00

O ombro congelado é uma condição que transforma a articulação do ombro em um espaço rígido e doloroso – Wasan Tita/istock
O ombro congelado é uma condição que transforma a articulação do ombro em um espaço rígido e doloroso – Wasan Tita/istock - Wasan Tita/istock

O diabetes é muito mais do que uma condição metabólica ligada ao açúcar no sangue — ele pode ser um arquiteto silencioso de diversas complicações no corpo. Entre essas, uma pouco conhecida, mas bastante impactante, é a capsulite adesiva, mais popularmente chamada de ombro congelado.

Imagine tentar movimentar o ombro e sentir como se ele estivesse “preso” em uma armadura invisível. A dor intensa e a rigidez progressiva dificultam tarefas simples, como vestir uma camisa ou alcançar um objeto na prateleira. Mas o que muitos não sabem é que esse problema pode ter uma forte ligação com o diabetes.

O que é o ombro congelado?

O ombro congelado é uma condição que transforma a articulação do ombro em um espaço rígido e doloroso. Isso acontece porque a cápsula articular, responsável por manter a lubrificação e a mobilidade da articulação, se inflama e encolhe, reduzindo drasticamente a liberdade de movimento.

Com o tempo, a rigidez avança e pode comprometer totalmente a mobilidade do ombro, tornando até os gestos mais corriqueiros um verdadeiro desafio.

Diabetes e ombro congelado: qual é a conexão?

Pesquisas revelam que pessoas com diabetes têm até cinco vezes mais chances de desenvolver capsulite adesiva do que a população geral. O motivo? O impacto do descontrole glicêmico nos tecidos articulares.

A glicose em excesso pode desencadear um processo chamado glicação das proteínas, que endurece os tecidos conjuntivos e compromete a flexibilidade das articulações. Quanto mais tempo os níveis de açúcar ficam elevados, maior a chance de o corpo responder com inflamação e rigidez articular.

Por que o diabetes pode provocar dor e rigidez no ombro?

Os mecanismos que explicam essa relação são múltiplos e interligados:

🔹 Perda de elasticidade dos tecidos: O excesso de glicose altera a estrutura do colágeno, tornando os tecidos mais duros e menos flexíveis.

🔹 Neuropatia diabética: O diabetes pode comprometer os nervos, reduzindo a percepção da dor e, indiretamente, levando a uma menor mobilidade articular.

🔹 Inflamação crônica: O corpo de um diabético frequentemente opera em um estado de inflamação sistêmica, o que contribui para o agravamento das condições articulares.

🔹 Problemas circulatórios: A redução do fluxo sanguíneo afeta a entrega de nutrientes essenciais para a articulação do ombro, dificultando a recuperação e piorando a rigidez.

Se você tem diabetes e percebe alguma limitação no movimento do ombro, não ignore os sinais! A capsulite adesiva pode ser debilitante, mas um diagnóstico precoce e um bom controle glicêmico podem evitar complicações maiores.

Manter-se atento à saúde articular é tão essencial quanto monitorar os níveis de açúcar no sangue. Afinal, a liberdade de movimento é um dos pilares para uma vida plena e saudável.

Outras dicas de Saúde na Catraca Livre: 

A chave para uma pele radiante vai muito além de cremes e procedimentos estéticos. Ela pode ser encontrada em recursos naturais, que oferecem uma infinidade de benefícios tanto para a nutrição quanto para a proteção da pele contra agressões ambientais e os sinais de envelhecimento. Conheça o poder de 4 frutas para o rejuvenescimento da pele.