Diagnóstico de autismo pode ser dado pelos movimentos oculares
Novas esperanças para o diagnóstico do TEA: estudos sugerem que análise de movimentos oculares pode detectar o transtorno já aos 16 meses
Os avanços da medicina e tecnologia têm proporcionado esperanças na detecção precoce de várias doenças. Em relação aos transtornos do desenvolvimento infantil, como o Transtorno do Espectro Autista (TEA), novas pesquisas estão se concentrando em diagnósticos mais precoces e precisos.
Estudos recentes, publicados em renomadas revistas médicas, como JAMA e JAMA Network Open, sugerem que o TEA pode ser identificado já aos 16 meses de idade por meio da análise dos movimentos oculares.
Essas pesquisas se baseiam em um método que utiliza vídeos infantis contendo interações sociais e monitora os micromovimentos dos olhos das crianças. Isso não apenas agiliza o diagnóstico, mas também o torna mais acessível.
Estudo diz que diagnóstico de autismo pode ser revelado pelos movimentos oculares
A pesquisa inicial, realizada pelo Hospital Children’s Healthcare de Atlanta, nos Estados Unidos, envolveu a análise de mais de 1.000 crianças com idades entre um e dois anos e meio, todas apresentando sintomas relacionados ao Transtorno do Espectro Autista (TEA) ou fatores genéticos de risco para a condição.
Durante o estudo, as crianças assistiram a 14 vídeos que retratavam interações sociais entre seus pares. Câmeras especializadas rastrearam minuciosamente seus movimentos oculares, registrando esses micro-movimentos a uma taxa de 120 vezes por segundo.
Os dados coletados passaram por uma análise conduzida por um programa de computador especialmente treinado para identificar padrões de movimento ocular associados ao autismo.
Dos 1.089 participantes, 519 receberam diagnósticos relacionados ao espectro autista. Surpreendentemente, o método de rastreamento ocular alcançou uma precisão de 86% em comparação com os diagnósticos feitos por médicos especializados.
Quais os possíveis impactos desses resultados?
Esse método de diagnóstico precoce tem o potencial de causar uma revolução na detecção e tratamento do Transtorno do Espectro Autista (TEA). Isso ocorre porque quanto mais cedo o diagnóstico é realizado, mais rapidamente a criança pode iniciar a terapia e desenvolver habilidades que são fundamentais para sua integração social e desempenho acadêmico.
O pesquisador Warren Jones, autor principal do estudo, destaca que “os resultados indicam que a forma como as crianças direcionam o olhar para informações sociais pode servir como um biomarcador eficaz e objetivo para identificar sinais precoces de autismo”.
E o futuro do diagnóstico do TEA?
Esse avanço na metodologia de diagnóstico do Transtorno do Espectro Autista (TEA) representa um marco importante, embora seja necessário aprofundar e expandir as pesquisas. É importante ressaltar que o TEA é um transtorno complexo e ainda não completamente compreendido pela ciência, já que sua origem pode envolver uma interação complexa de fatores genéticos, como histórico familiar, idade dos pais, e fatores ambientais.
No entanto, a possibilidade de detecção precoce do transtorno por meio da análise de movimentos oculares representa um avanço significativo no campo da medicina. Isso abre portas para diagnósticos mais ágeis, precisos e menos invasivos, o que pode trazer benefícios importantes para crianças e suas famílias em todo o mundo.