Saiba o que é a distimia, sensação que provoca sintomas como desânimo e cansaço

Os sintomas variam de pessoa para pessoa, mas há um padrão comum: uma sensação de desmotivação e cansaço emocional que se arrasta por meses, ou até anos

Por André Nicolau em parceria com João Gabriel Braga (Médico - CRMGO 28223)
18/12/2024 18:00

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Sabe aquela sensação persistente de cansaço emocional, mau humor ou um vazio que parece nunca ir embora? Esses podem ser indícios de distimia, uma condição frequentemente subestimada porque muitos aprendem a “conviver” com ela. No entanto, para outros, ela pode ser tão pesada que interfere profundamente na vida cotidiana.

Afinal, o que é distimia?

De origem grega, o termo significa algo como “mau humor” ou “estado de espírito sombrio”. Não soa muito acolhedor, certo? Segundo a renomada Universidade Johns Hopkins, a distimia é descrita como “uma forma leve, mas crônica de depressão”, também chamada de transtorno depressivo persistente.

Mas não se deixe enganar pelo termo “leve”. Em alguns casos, a distimia pode ser tão debilitante quanto uma depressão maior. O que a diferencia é a sua constância: é como carregar uma nuvem cinza que nunca se dissipa completamente.

Os sintomas variam de pessoa para pessoa, mas há um padrão comum: uma sensação de desmotivação e cansaço emocional que se arrasta por meses, ou até anos.

Como identificar?

Para um diagnóstico oficial, é necessário que o humor depressivo esteja presente por pelo menos dois anos, acompanhado de pelo menos dois dos seguintes sinais:

  • Sentir-se constantemente triste, ansioso ou “vazio”;
  • Dificuldade para se concentrar ou tomar decisões;
  • Energia reduzida e fadiga constante;
  • Alterações no apetite ou peso, seja comendo demais ou de menos;
  • Problemas com o sono, como insônia ou excesso de sono;
  • Sensação de desesperança;
  • Autoestima baixa;
  • Mau humor persistente.

O que causa a distimia?

Embora as causas exatas ainda sejam um mistério, acredita-se que uma combinação de fatores genéticos, alterações químicas no cérebro e experiências traumáticas desempenhem um papel importante. Além disso, o estresse contínuo e um histórico familiar de depressão podem aumentar o risco.

Por que é tão difícil perceber?

Um dos maiores desafios da distimia é sua sutileza. Muitas vezes, as pessoas confundem o humor persistentemente baixo com sua própria “personalidade”. “Ah, eu sempre fui assim,” é uma frase comum que pode atrasar a busca por ajuda.

Como tratar?

Apesar do impacto, a distimia não é uma sentença. O tratamento é possível e envolve uma abordagem multifacetada:

Psicoterapia: A terapia cognitivo-comportamental (TCC) é especialmente eficaz para identificar e modificar pensamentos negativos.

Medicação: Antidepressivos, como os inibidores seletivos de recaptação de serotonina (ISRS), podem ajudar a regular o humor.

Mudanças no estilo de vida: Práticas como exercícios regulares, sono de qualidade e alimentação balanceada também fazem uma diferença significativa.

Lembre-se: o diagnóstico e o tratamento adequados devem ser realizados por um profissional de saúde. O primeiro passo é reconhecer que sentir-se assim o tempo todo não é normal — e buscar apoio pode transformar sua vida.

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