Doença de Chagas é a principal endemia parasitária da América Latina

Diagnóstico tardio e tratamento inadequado dificultam o combate à principal endemia parasitária da região

21/07/2024 10:31

A doença de Chagas, também chamada de tripanossomíase americana, é a principal endemia parasitária na América Latina, afetando sobretudo indivíduos em situação de vulnerabilidade social sem acesso adequado a água, alimentos e saneamento básico.

A América Latina registra anualmente cerca de 30 mil novos casos, dos quais 10 mil resultam em morte, conforme dados da Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS).

Inseto barbeiro é transmissor da doença de Chagas
Inseto barbeiro é transmissor da doença de Chagas - iStock/NERYX

A dificuldade de diagnóstico, muitas vezes devido à ausência de sintomas específicos, agrava a situação. A infecção, causada pelo protozoário Trypanosoma cruzi, é transmitida por insetos triatomíneos, conhecidos popularmente como “barbeiros”, “procotós”, “bicudos” ou “chupões”.

No Brasil, as espécies Triatoma infestans e Triatoma brasiliensis são as de maior risco epidemiológico.

Formas de Transmissão da Doença de Chagas

  • Via oral: Consumo de alimentos contaminados ou contato direto com fezes do inseto.
  • Vetorial: Picada de barbeiros, que liberam o protozoário pelas fezes ou urina.
  • Transmissão vertical: Mulheres grávidas infectadas podem transmitir para os bebês durante a gestação ou parto.
  • Transplante de órgãos: Órgãos de doadores infectados podem causar a infecção.
  • Transmissão acidental: Contato com feridas ou mucosas contaminadas durante procedimentos laboratoriais ou manipulação de caça.
Diagnóstico tardio e tratamento inadequado dificultam o combate à principal endemia parasitária da região
Diagnóstico tardio e tratamento inadequado dificultam o combate à principal endemia parasitária da região - iSTock

Incluída na lista de Doenças Tropicais Negligenciadas da Organização Mundial da Saúde (OMS), a doença de Chagas apresenta um baixo índice de diagnósticos e tratamento.

De acordo com o Ministério da Saúde, menos de 10% das infecções são detectadas, e apenas 1% dos infectados recebe tratamento, mesmo sendo a doença curável na fase aguda da infecção.

*Com informações do Portal do Governo.