Doença de Crohn: quais são os sintomas e possíveis tratamentos?

Confira os sintomas mais comuns da doença

Embora os sintomas da doença de Crohn afetem o sistema digestivo, alguns sinais podem aparecer em outras partes do corpo.  Além disso, a doença tem caráter crônico, acompanhando o paciente por muito tempo – iStock/Getty Images
Créditos: Alona Siniehina/istock
Embora os sintomas da doença de Crohn afetem o sistema digestivo, alguns sinais podem aparecer em outras partes do corpo.  Além disso, a doença tem caráter crônico, acompanhando o paciente por muito tempo – iStock/Getty Images

Conhecida principalmente pelos seus sintomas gastrointestinais, a doença de Crohn se define como uma condição inflamatória capaz de atingir diferentes pontos do trato intestinal. Nela, os pacientes experimentam desconfortos associados à diarreia, dores abdominais ou obstruções intestinais.

Contudo, a doença pode apresentar também sintomas extraintestinais, manifestados em outras partes do corpo, que também merecem atenção adequada.

Por isso é fundamental entender as diferenças formas de manifestação da doença, como é feito o diagnóstico e quais são as alternativas de tratamento disponíveis.

O que causa a doença de Crohn?

Embora não se tenha certeza sobre o que provoca a doença, uma das explicações mais aceitas é de que ela tenha natureza autoimune. Isso significa que ela é resultado de uma resposta desordenada do sistema imunológico, que faz com que ele ataque os tecidos da própria pessoa.

Algumas correntes da medicina associam o surgimento da doença à presença de bactérias ou vírus. Em todo caso, não existem evidências que apontem para a influência de fatores emocionais no surgimento da doença, embora possam agravar o quadro em quem já sofre com ela.

No mais, hábitos como fumar, a manutenção de uma dieta rica em gorduras, o uso de determinados medicamentos e o histórico familiar podem contribuir para incrementar o risco de ter o problema. O risco de desenvolver a doença de Crohn é igual em homens e mulheres. Ela se manifesta com mais força antes dos 30 anos, embora não seja raro que pacientes com mais de 60 anos sejam diagnosticados com a condição.

Como curiosidade, vale citar que a doença foi batizada em homenagem ao gastroenterologista Burrill Crohn. Em 1932, ao lado de dois colegas de profissão, ele foi o autor principal do artigo que primeiro descreveu a doença.

Diagnóstico

O ideal é procurar ajuda especializada principalmente diante de quadros de diarreia persistente (sobretudo se o problema se mantém por 7 dias ou mais), caso haja a presença de sangue nas fezes ou em caso de dores abdominais recorrentes.

A partir disso, o médico pode estabelecer o diagnóstico, diferenciando o problema de outras causas que podem explicar os sintomas. Em geral, isso costuma ser feito com o suporte de exames de imagem (como radiografias, endoscopias e colonoscopias), além de alguns exames laboratoriais, que também podem ajudar a identificar eventuais deficiências nutricionais decorrentes da doença. Além disso, esses exames são valiosos para detectar a presença de determinados anticorpos relacionados ao quadro inflamatório.

Principais sintomas da doença de Crohn?

De forma geral, em um primeiro momento, os principais sintomas da doença de Crohn são aqueles associados a desconfortos intestinais, como:

  • diarreia persistente, que leva até mesmo a perda de peso;
  • dores e cólicas abdominais;
  • presença de sangue nas fezes, embora isso não seja comum.

Com a evolução e cronificação do quadro, outros sintomas podem se manifestar. Entre alguns deles estão:

anemia e desnutrição, em especial por problemas de absorção de determinados nutrientes;
cansaço generalizado;
nausea e perda de apetite;
lesões oculares, de pele e musculoesqueléticas;
dor e formação de abcessos no intestino;
obstrução do cólon;
cálculo renal;
artrite;
febra de origem inexplicada.

Possíveis tratamentos

partir das primeiras manifestações e do diagnóstico, a doença de Crohn raramente é curada efetivamente. Em geral, o paciente passa a conviver com diversos estágios de evolução do problema, nos quais a doença tende a ter ciclos de piora e melhora.

Por isso, o tratamento é fundamental para controlar a evolução e garantir uma qualidade de vida satisfatória. Geralmente, o tratamento envolve a prescrição de medicamentos para reduzir os sintomas, controlar a evolução do quadro inflamatório e evitar complicações. Os mais adotados são imunossupressores e terapias biológicas.

Com informações do site Vida Saudável, do Hospital Albert Einstein.