Doença diminui expectativa de vida em 14 anos, aponta estudo
Aumento da doença tem chamado a atenção de especialistas; entenda os motivos
A diabetes tipo 2 pode encurtar a expectativa de vida das pessoas em até 14 anos, indica estudo da Universidade de Cambridge, no Reino Unido. O aumento do número de casos da doença entre a população jovem tem chamado a atenção da comunidade médica.
A “epidemia” da doença tem exigido a dedicação dos especialistas no trabalho de identificação e auxílio dos pacientes de maior risco, visando evitar essa redução precoce na expectativa de vida.
Isso porque, historicamente, o diabetes tipo 2 era mais comum entre os idosos. No entanto, essa realidade tem se modificado com o passar dos anos. “Como mostramos, isso significa que jovens correm o risco de ter uma expectativa de vida muito mais curta do que teriam de outra forma”, afirma o professor Emanuele Di Angelantonio, envolvido no estudo.
- Minas Gerais: As 6 cidades que todo brasileiro deveria conhecer
- Anti-inflamatório pode causar complicações para pessoas com diabetes, revela estudo
- Sinais de TDAH em crianças: quando a birra é mais do que parece
- Guia completo de Caldas Novas: como chegar, quando ir e onde ficar
Complicações da doença
Ao provocar um aumento nos níveis de açúcar no sangue devido a problemas na produção de insulina pelo corpo, a diabetes tipo 2 pode acarretar em um conjunto de complicações potencialmente fatais, que incluem problemas renais, câncer, ataques cardíacos e derrames cerebrais.
Estudos anteriores sobre o tema apontam que adultos com diabetes tipo 2 morrem cerca de seis anos mais cedo do que indivíduos sem a doença. Porém, a idade em que o diagnóstico é realizado pode alterar essa média.
Como a idade do diagnóstico impacta na expectativa de vida?
Estudo publicado na The Lancet Diabetes & Endocrinology indica que, quanto mais cedo os pacientes recebem o diagnóstico de diabetes, maior é o risco de morte em comparação com pessoas sem a doença.
Um adulto de 50 anos, por exemplo, morreria 14 anos mais cedo se acabasse sendo diagnosticado aos 30 anos, em comparação com alguém que não tem diabetes.
Se o diagnóstico de diabetes viesse aos 40 anos, a redução na expectativa de vida seria de 10 anos. Se diagnosticado aos 50, viveria seis anos a menos.
Para chegar a uma conclusão, os investigadores analisaram registos de saúde de 1,5 milhões de pessoas em todo o mundo.
Como prevenir diabetes tipo 2?
Segundo o Dr. Stephen Kaptoge, é possível prevenir o diabetes tipo 2 identificando e oferecendo suporte melhores à aqueles em maior risco. Isso pode incluir mudanças comportamentais e a utilização de medicamentos para reduzir o risco da doença.
Entretanto, mudanças estruturais na sociedade também são necessárias, como a modificação na produção de alimentos e o incentivo à prática de atividades físicas. “Dado o impacto que a diabetes tipo 2 terá na vida das pessoas, prevenir – ou pelo menos retardar o aparecimento – da doença deve ser uma prioridade urgente”, conclui o Dr. Kaptoge.