Dois fatores de risco evitáveis para Parkinson identificados em estudo

Pesquisadores identificam golpes repetidos na cabeça e exposição a agrotóxicos como riscos evitáveis para a doença de Parkinson

Por Thatyana Costa em parceria com Anna Luísa Barbosa (Médica - CRMGO 33271)
04/03/2025 22:31 / Atualizado em 25/03/2025 10:11

Estudo associa fatores modificáveis à doença de Parkinson
Estudo associa fatores modificáveis à doença de Parkinson - Getty Images

Pesquisadores da Universidade do Alabama apontam que mudanças em hábitos e ambientes podem diminuir o risco de desenvolver Parkinson. Conheça os fatores identificados.

Um estudo recente realizado pelo Departamento de Neurologia da Universidade do Alabama, nos Estados Unidos, trouxe novas informações sobre a doença de Parkinson e como prevenir seu surgimento. Publicada na revista científica npj Parkinson’s Disease, a pesquisa revela dois fatores de risco modificáveis que podem estar diretamente ligados ao aumento de casos da doença.

Golpes na cabeça e exposição a agrotóxicos: fatores evitáveis

Durante a pesquisa, 1.223 voluntários foram analisados, sendo 808 pacientes diagnosticados com Parkinson e 415 saudáveis. O estudo mostrou que dois fatores de risco modificáveis estão associados a aproximadamente um terço dos casos diagnosticados, especialmente entre os homens. São eles:

Golpes repetidos na cabeça, que ocorrem comumente em esportes de alto impacto;
Exposição prolongada a herbicidas e pesticidas, também conhecidos como agrotóxicos.
Esses fatores, isolados ou combinados, explicariam a incidência da doença em uma proporção significativa da população, com destaque para o aumento de casos entre os homens, e podem ser modificados para reduzir o risco.

Redução desses fatores pode prevenir grande parte dos casos

A pesquisa também confirma que a exposição a agrotóxicos já era reconhecida como um fator de risco, com 23% dos pacientes diagnosticados apresentando essa associação. No entanto, a relação entre golpes na cabeça e a doença de Parkinson foi uma descoberta recente, que precisa ser confirmada por outros estudos.

Segundo a professora Haydeh Payami, autora principal do estudo, grande parte do aumento da prevalência da doença pode ser atribuída a esses dois fatores ambientais. A pesquisadora ressalta que, embora muitos acreditassem na impossibilidade de prevenção, os resultados apontam para uma estratégia de redução de riscos que poderia evitar uma grande quantidade de casos.

Outros pontos importantes sobre a pesquisa

Embora os resultados mostrem que a redução de dois fatores possa diminuir a incidência da doença, os cientistas alertam que os números podem variar dependendo da região geográfica. Além disso, as descobertas não indicam que todos os casos de Parkinson poderiam ser prevenidos, mas sim que uma fração substancial poderia ser evitada com mudanças nos hábitos e nos ambientes de exposição.

 

Parkinson além dos tremores: desafios invisíveis

Embora os tremores sejam o sintoma mais reconhecido, a doença de Parkinson vai além. Pacientes enfrentam dificuldades motoras, problemas de memória, depressão e distúrbios do sono. O impacto é profundo na qualidade de vida, exigindo um olhar atento às complexidades do transtorno neurológico. O tratamento multidisciplinar é essencial. Clique aqui para saber mais,