Dormir em ambientes barulhentos aumenta chances de infarto e AVC

Sons aparentemente discretos — como cochichos ou barulhos de trânsito leve — já seriam suficientes para desencadear respostas nocivas no organismo

28/04/2025 16:00

Sons aparentemente discretos — como cochichos ou barulhos de trânsito leve — já seriam suficientes para desencadear respostas nocivas no organismo – iStock/Tero Vesalainen
Sons aparentemente discretos — como cochichos ou barulhos de trânsito leve — já seriam suficientes para desencadear respostas nocivas no organismo – iStock/Tero Vesalainen - iStock/Tero Vesalainen

Uma pesquisa recente revela que dormir em ambientes barulhentos pode impactar negativamente a saúde do coração, mesmo quando os ruídos parecem inofensivos.

Publicado na revista científica Environmental Health Perspectives, um estudo de longa duração identificou uma ligação preocupante entre a exposição a ruídos noturnos e o aumento do risco de doenças  cardiovasculares.

Segundo os pesquisadores, sons aparentemente discretos — como cochichos ou barulhos de trânsito leve — já seriam suficientes para desencadear respostas nocivas no organismo.

A pesquisa acompanhou 114 mil pessoas ao longo de três décadas, entre 1988 e 2018, monitorando a saúde cardiovascular das participantes em relação aos níveis de ruído aos quais estavam expostas durante a noite, que variavam entre 37,9 e 47,1 decibéis. Para efeito de comparação, uma conversa sussurrada gira em torno de 40 dB.

De acordo com Charlie Roscoe, especialista em saúde pública e principal autora do estudo, mesmo que o barulho não desperte a pessoa ou seja conscientemente percebido, ele ainda pode provocar uma resposta de estresse no corpo. “Isso resulta em atividade cerebral elevada, o que, ao longo do tempo, pode contribuir para resistência à insulina, desenvolvimento de diabetes e problemas cardíacos”, explica Roscoe.

Cada aumento no volume sonoro eleva o risco

O estudo revelou que um acréscimo de apenas 3,6 decibéis no ruído noturno foi associado a um aumento de 4% no risco de desenvolver doenças cardiovasculares. Entre os participantes analisados, foram registrados 5,3 mil casos de doença coronariana e 5 mil acidentes vasculares cerebrais (AVC).

Embora não seja possível afirmar exatamente quantos casos foram diretamente causados pelo ruído, a pesquisa reforça a preocupação com a chamada poluição sonora noturna como um fator de risco relevante para a saúde do coração.

Medidas de proteção para o sono e o coração

Para minimizar os efeitos do ruído noturno, os especialistas recomendam algumas medidas práticas, como:

  • Manter portas e janelas fechadas à noite;
  • Utilizar protetores auriculares ou equipamentos que isolam o som;
  • Substituir ventiladores barulhentos por opções mais silenciosas.

Além disso, manter uma rotina de sono saudável é fundamental. Algumas orientações incluem:

  • Estabelecer horários regulares para dormir e acordar;
  • Limitar cochilos durante o dia a, no máximo, uma hora e antes das 15h;
  • Evitar estimulantes como cafeína nas horas que antecedem o sono;
  • Reduzir a prática de exercícios intensos nas três horas anteriores ao horário de dormir.

Os autores do estudo ressaltam que, embora o ruído seja um fator importante, outros elementos como predisposição genética, hábitos de vida e o ambiente em geral também influenciam significativamente a saúde cardiovascular.

Com informações de Environmental Health Perspectives.

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