É verdade que todos deveríamos beber mais água?

A recomendação de tomar oito copos de água por dia virou quase um mantra da saúde, mas será que isso se aplica realmente a todas as pessoas? A ciência mostra que as necessidades de hidratação são muito mais individuais do que essa regra sugere, e seguir conselhos genéricos pode até trazer riscos inesperados para alguns grupos.

Qual a quantidade ideal de água para cada pessoa?

A verdade é que não existe uma fórmula única que funcione para todo mundo. O quanto você precisa beber de água depende de vários fatores que mudam ao longo do dia e da vida. Seu tamanho corporal, nível de atividade física, temperatura ambiente e até sua idade influenciam diretamente essas necessidades.

Especialistas indicam que os seguintes aspectos devem ser considerados ao pensar em hidratação:

• Tamanho e peso corporal: pessoas maiores naturalmente precisam de mais líquidos para manter todas as funções do organismo em equilíbrio.
• Nível de atividade física: quem se exercita por mais de uma hora seguida perde quantidade significativa de água pelo suor e precisa repor não só líquidos, mas também eletrólitos.
• Clima e altitude: ambientes quentes, secos ou em altitudes elevadas aumentam a perda de água pela respiração e pela pele, mesmo sem suor visível.
• Idade: pessoas mais velhas tendem a sentir menos sede, mesmo quando o corpo já está precisando de água, o que aumenta o risco de desidratação sem perceber.

Confira o vídeo do instagram da funbrasil.al, onde a Dra. Kamila Davino ensina como calcular a quantidade de água ideal para cada pessoa:

O café realmente desidrata o organismo?

Esse é um dos mitos sobre hidratação mais antigos e persistentes, mas estudos recentes derrubaram essa crença. A cafeína até tem efeito diurético leve, fazendo você urinar um pouco mais, porém a quantidade de água presente no café ou no chá compensa totalmente essa perda quando consumidos em doses normais.

Pesquisas mostram que bebidas cafeinadas, quando tomadas com moderação, contribuem para a hidratação do corpo da mesma forma que a água pura. O problema só aparece quando há consumo excessivo de suplementos de cafeína ou quantidades muito altas de café ao longo do dia, situações raras no dia a dia da maioria das pessoas.

Quais os sinais reais de que você precisa beber água?

A sede é um indicador confiável na maioria dos casos, mas não é perfeito. Quando você sente sede, seu corpo já pode estar nos estágios iniciais de desidratação, especialmente durante exercícios ou em dias quentes. Por outro lado, saciar a sede completamente nem sempre significa que você atingiu a hidratação ideal.

Indicadores mais precisos do seu estado de hidratação incluem:

• Cor da urina: se estiver amarelo claro ou quase transparente, você está bem hidratado; amarelo escuro indica que precisa beber mais líquidos.
• Frequência de idas ao banheiro: urinar a cada duas ou três horas durante o dia é sinal de boa hidratação; intervalos muito longos sugerem baixa ingestão de líquidos.
• Volume de urina: quantidade adequada ao longo do dia é indicador mais confiável que apenas a cor, especialmente para quem toma suplementos vitamínicos.
• Sintomas físicos: boca seca, fadiga, dor de cabeça e cãibras musculares podem indicar desidratação leve que precisa ser corrigida.

Existe perigo em beber água demais?

Embora seja raro, sim, é possível exagerar na ingestão de água e causar um problema grave chamado hiponatremia. Essa condição acontece quando você bebe mais líquido do que seus rins conseguem eliminar, diluindo perigosamente os níveis de sódio no sangue. Os sintomas vão desde náusea e confusão até convulsões e, em casos extremos, pode ser fatal.

Atletas de endurance e pessoas com problemas cardíacos ou renais correm mais risco de desenvolver essa condição. Para a maioria das pessoas saudáveis, os rins conseguem eliminar o excesso de água sem problemas, mas é importante manter o equilíbrio e não forçar a ingestão muito além do que o corpo pede através da sede.

Gostou de saber mais sobre como manter uma hidratação saudável e equilibrada? Compartilhe essas informações com quem também se preocupa com saúde e bem-estar de forma consciente.