Empresária que teve leucemia revela como a doação de sangue salvou sua vida

Neste Junho Vermelho, a história de Marcella Corrêa, que teve leucemia, é um lembrete poderoso de que doar sangue pode transformar vidas

Por Caroline Vale em parceria com Anna Luísa Barbosa (Médica - CRMGO 33271)
05/06/2025 13:52 / Atualizado em 24/06/2025 22:51

Em junho de 2023, em meio a uma rotina corrida e cheia de planos, Marcella Eni Garcia Corrêa, de 29 anos, foi surpreendida com o diagnóstico de leucemia.

Logo nas primeiras semanas de tratamento, a quimioterapia começou a exigir demais de seu corpo. Foi naquele momento, um dos mais difíceis de sua vida, que ela sentiu, na própria pele, o verdadeiro poder de um gesto voluntário e anônimo: doar sangue.

Meus níveis de hemoglobina despencaram, e a transfusão de sangue se tornou algo urgente e não era uma opção, era uma necessidade mesmo”, lembra a empresária e dona de uma agência de marketing digital, em entrevista especial à Catraca Livre para o Junho Vermelho.

Marcella durante o tratamento contra a leucemia, em 2023.
Marcella durante o tratamento contra a leucemia, em 2023. - reprodução/Instagram/@marcellacorrea

Como a doação de sangue salvou a vida da empresária?

Leucemia é um tipo de câncer do sangue que afeta a medula óssea, provocando a produção descontrolada de glóbulos brancos anormais e prejudicando a formação das células sanguíneas saudáveis.

A transfusão de sangue é necessária quando o paciente desenvolve anemia, baixa contagem de plaquetas ou outras complicações. É uma medida de suporte que pode salvar vidas — como salvou a de Marcella.

Foi a primeira vez que ela precisou de uma transfusão. “No início, foi assustador. […] Foi um choque entender que meu corpo já não estava mais dando conta sozinho. E eu achei que passaria muito mal recebendo aquela bolsa. Mas, ao mesmo tempo, veio um sentimento de gratidão imediata por saber que alguém já tinha doado sangue e, consequentemente, vida.

Marcella recebeu duas bolsas de sangue — o suficiente para estabilizar seu quadro e seguir no tratamento.

Mas a gente sempre monitorava como estava meu sangue, e eu sabia que a qualquer momento poderia ser necessário novamente”, relata a empresária, que é natural de Santos (SP) e atualmente mora na capital paulista.

O valor real de um gesto anônimo

Hoje, Marcella está em remissão. “No fundo, já me considero curada. Sigo em acompanhamento e cada vez mais apaixonada pela vida, valorizando os detalhes sobre estar viva“, pontua.

A experiência fez a empresária valorizar ainda mais a doação de sangue. “Hoje, eu sei que é vital. A doação de sangue não é só um ato de solidariedade, é a diferença entre viver e não viver para muitas pessoas.”

Eu nunca achei que fosse precisar, é aquilo de a gente nunca acha que vai acontecer com a gente. Sempre valorizei e achei um gesto lindo, mas, quando precisei, o valor que eu dei foi ainda maior.”

Hoje, em remissão, Marcella compartilha sua história para conscientizar sobre a importância de doar sangue.
Hoje, em remissão, Marcella compartilha sua história para conscientizar sobre a importância de doar sangue. - reprodução/Instagram/@marcellacorrea

Mesmo sem poder doar sangue atualmente, ela faz questão de compartilhar sua história e incentivar quem está à sua volta.

Já consegui incentivar amigos e familiares a se tornarem doadores. Acho que quando a gente mostra o lado humano por trás da bolsa de sangue, as pessoas entendem o real valor do que estão fazendo.”

Se pudesse olhar nos olhos de quem doou o sangue que recebeu, ela não hesitaria: “Obrigada por ter me dado a chance de continuar aqui. Você salvou minha vida e nem imagina.”

@ma.correa

Respondendo a @𝘭𝘶𝘪𝘻𝘢

♬ som original - Marcella Corrêa

Como doar sangue?

Neste Junho Vermelho, mês dedicado à conscientização sobre a doação de sangue, a história de Marcella é um lembrete poderoso: doar sangue pode ser simples para quem doa, mas é tudo para quem precisa.

Para doar, é preciso ter entre 16 e 69 anos (menores de 18 com autorização dos responsáveis), pesar mais de 50 quilos e estar em boas condições de saúde.

No dia da doação, é importante estar descansado, alimentado e apresentar um documento oficial com foto. Alguns impedimentos temporários incluem gripes, febre, uso recente de certos medicamentos, cirurgias recentes ou tatuagens feitas há menos de um ano.

Uma única doação pode salvar até quatro vidas. Para saber onde doar, basta acessar o site do Hemocentro do seu estado ou procurar o serviço de saúde mais próximo. Clique aqui para ver alguns locais.

Não espere que alguém próximo precise para entender o quanto esse gesto importa. Doar sangue é um dos atos mais generosos e transformadores que existem, e pode significar a chance de alguém continuar vivendo.