Após complicações de bariátrica, empresária sobrevive com transfusões de sangue

Aos 48 anos, Andréia teve a vida salva por transfusões após um choque grave; no Junho Vermelho, ela conta sua história para incentivar a doação de sangue

Por Caroline Vale em parceria com João Gabriel Braga (Médico - CRMGO 28223)
16/06/2025 17:45 / Atualizado em 22/06/2025 20:34

Junho Vermelho é a campanha dedicada à conscientização sobre a doação de sangue, um gesto simples e voluntário que salva vidas.

Para Andréia Alves dos Santos, de 53 anos, esse gesto solidário ganhou um novo significado quando, aos 48, ela precisou de transfusões após um grave episódio de saúde.

Durante a internação, Andréia recebeu transfusões que foram essenciais para sua recuperação.
Durante a internação, Andréia recebeu transfusões que foram essenciais para sua recuperação. - Acervo pessoal

Por que Andréia precisou de transfusão de sangue?

Em entrevista à Catraca Livre, a empresária de Suzano (SP) conta que teve um choque hidroeletrolítico grave, em razão de uma forte anemia.

No caso dela, o choque hidroeletrolítico ocorreu porque a anemia grave e a deficiência de vitaminas comprometeram o equilíbrio dos eletrólitos, mineiras que regulam funções vitais do corpo. Essa condição pode levar à falência de órgãos, arritmias cardíacas e queda abrupta da pressão arterial.

Por ser bariátrica, sofri complicações durante a cirurgia que me deixaram com as vitaminas bem baixas, e eu já sofria com a anemia anteriormente. Dado o choque, foi necessário a transfusão para que eu me recuperasse mais rápido“, lembra.

Como Andréia estava inconsciente na Unidade de Terapia Intensiva (UTI), foi sua família quem autorizou a transfusão de sangue. “Como eu já tinha histórico de anemia, para eles não foi um choque a notícia.

A família de Andréia, que autorizou a transfusão e apoia a campanha pelo banco de sangue.
A família de Andréia, que autorizou a transfusão e apoia a campanha pelo banco de sangue. - Acervo pessoal

No total, foram quatro bolsas: duas na UTI e mais duas durante a recuperação no quarto. “A utilização delas foi fundamental para o tratamento e para a minha recuperação.

Gratidão e mudança de perspectiva

Quando soube que o sangue de um desconhecido havia ajudado a salvar sua vida, Andréia sentiu mais do que alívio: “o sentimento de gratidão e alívio por poder me recuperar e voltar para a minha vida normal.”

Hoje, aos 53 anos, Andréia vive bem e saudável com a família.
Hoje, aos 53 anos, Andréia vive bem e saudável com a família. - Acervo pessoal

A experiência reforçou uma visão que ela já tinha sobre a doação. “A empresa já fez campanha por banco de sangue da cidade vizinha, incentivando a doação. Na minha família várias pessoas doam, então a visão é de que ainda é essencial para muita gente.”

Para ela, o gesto de doar sangue precisa ser mais valorizado pela sociedade. “Essa vida a ser salva, com certeza é de uma pessoa muito amada por alguém.”

Como doar sangue?

Para doar, é preciso ter entre 16 e 69 anos (menores de 18 com autorização dos responsáveis), pesar mais de 50 quilos e estar em boas condições de saúde.

No dia da doação, é importante estar descansado, alimentado e apresentar um documento oficial com foto. Alguns impedimentos temporários incluem gripes, febre, uso recente de certos medicamentos, cirurgias recentes ou tatuagens feitas há menos de um ano.

Uma única doação pode salvar até quatro vidas. Para saber onde doar, basta acessar o site do Hemocentro do seu estado ou procurar o serviço de saúde mais próximo. Clique aqui para ver alguns locais.

Para a campanha Junho Vermelho, a Catraca Livre prepara uma série de reportagens especiais sobre o assunto para informar, conscientizar e incentivar todos vocês a doarem sangue. Saiba mais clicando aqui.