Enchentes no Rio Grande do Sul: saiba como prevenir da leptospirose

A tragédia não só deixou uma trilha de destruição, mas também aumentou os perigos de doenças transmitidas pela água contaminada; entenda!

07/05/2024 12:00

As recentes enchentes que devastaram várias áreas no Rio Grande do Sul não só deixaram um rastro de destruição, mas também aumentaram significativamente os riscos de doenças como leptospirose, tétano e hepatite A.

Essas doenças, muitas vezes negligenciadas, ganham relevância diante do contato inevitável das pessoas com águas contaminadas.

Enchentes no Rio Grande do Sul: saiba como prevenir da leptospirose
Enchentes no Rio Grande do Sul: saiba como prevenir da leptospirose - Gustavo Mansur/Palácio Piratini

O que é leptospirose e por que ela é uma ameaça em áreas inundadas?

A leptospirose é uma infecção causada pela bactéria Leptospira, que é frequentemente encontrada na urina de roedores.

Em cenários de enchentes, a dispersão desta bactéria torna-se facilitada, pois as águas levam consigo os patógenos presentes no solo ou em outras superfícies contaminadas.

Então, a mera exposição prolongada a tais águas já representa um alto risco de contrair esta e outras doenças.

Juliana Demarchi, coordenadora da Vigilância Epidemiológica em Lajeado, um dos municípios mais afetados, explica como até mesmo águas aparentemente limpas podem ser um veículo para a leptospirose.

“Não é necessário ter uma ferida aberta; a perda da barreira protetora natural da pele durante a exposição prolongada é suficiente para possibilitar a infecção” afirmou.

Imagem da destruição causa pelas enchentes no Rio Grande do Sul

Como a população afetada pode se proteger eficientemente?

Segundo especialistas, o primeiro passo para se proteger é a utilização de equipamentos de proteção individual (EPIs) adequados durante a limpeza das áreas afetadas.

Portanto, é crucial evitar o contato direto com a água parada, usando botas e luvas impermeáveis.

Além disso, manter uma boa higiene pessoal e atualização do calendário vacinal, principalmente em relação à vacina contra o tétano, é essencial.

Procedimentos de limpeza e equipamentos seguros

  • Utilizar botas e luvas impermeáveis
  • Manter a pele o menos exposta possível
  • Evitar contato com águas estagnadas ou lama
  • Desinfetar frequentemente as mãos e outras áreas expostas

Quais são os principais sinais de alerta da leptospirose?

A leptospirose pode manifestar-se de várias formas, sendo a febre alta uma das primeiras manifestações da doença.

Dor muscular intensa, principalmente na região lombar e panturrilhas, e a conjuntivite também são sintomas comuns.

Por isso, é vital que ao primeiro sinal desses sintomas, especialmente após contato com áreas inundadas, a pessoa procure imediatamente assistência médica para avaliação e início do tratamento adequado.

Sinais de gravidade a serem observados:

  • Tosse persistente
  • Sintomas hemorrágicos
  • Sinais de insuficiência renal

Outras enfermidades também merecem atenção em cenários de enchente, como a hepatite A, transmitida via ingestão de água ou alimentos contaminados, e a proliferação de animais peçonhentos.

Ambas as situações exigem cuidados imediatos e específicos para prevenção e tratamento apropriado.

Pessoas sendo resgatas pelos bombeiros com canoas após enchentes no Rio Grande do Sul

Como lidar com a presença de animais peçonhentos após as enchentes?

Com o aumento do número de entulhos e destroços, locais inundados tornam-se habitats ideais para animais peçonhentos como escorpiões, aranhas e cobras.

É crucial que, ao identificar qualquer animal potencialmente perigoso, a população mantenha distância e contate serviço de auxílio especializado.

Como doar?

O governo do Estado reestabeleceu a conta “SOS Rio Grande do Sul” no banco Banrisul para receber doações em dinheiro.

Para contribuições por meio do Pix, os interessados podem direcionar seus auxílios para a conta nomeada “SOS Rio Grande do Sul” utilizando a chave Pix associada ao CNPJ: 92.958.800/0001-38.