Entenda como as ondas de calor afetam o corpo e a saúde
Exposição ao calor extremo pode causar alterações no organismo que trazem riscos à saúde
Com as ondas de calor intenso, e a tendência ao agravamento das altas temperaturas devido ao aquecimento global e outro fenômenos ligados ao clima, estar exposto ao calor extremo pode causar alterações no organismo que trazem riscos à saúde (especialmente para crianças, idosos e pessoas com a saúde mais fragilizada). Por isso, todo cuidado é pouco.
O nosso corpo mantém uma temperatura interna em torno de 36 graus. Por isso, quando somos expostos a um estresse térmico (altas temperaturas), o organismo realiza uma série de adaptações fisiológicas para tentar regular a temperatura interna e resfriar. A primeira reação é eliminar o calor por meio do suor, que é um mecanismo natural.
O cardiologista Marcelo Franken, do Hospital Albert Einstein, explica como o calor pode comprometer o funcionamento do corpo humano. “O calor intenso pode ter impactos significativos no sistema cardiovascular, representando uma preocupação crescente à medida que as temperaturas globais continuam a aumentar devido às mudanças climáticas. Quando o termômetro sobe, nosso corpo enfrenta desafios para regular a temperatura interna, o que pode resultar em uma série de efeitos adversos no sistema cardiovascular”.
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Mantenha-se hidratado
O problema, segundo o especialista, é que o excesso de suor, quando não acompanhado da hidratação oral adequada, pode levar a quadros de desidratação. Isso porque a desidratação diminui o volume sanguíneo e, por sua vez, afeta a pressão arterial. A desidratação também torna o sangue mais espesso, aumentando o risco de formação de coágulos sanguíneos. Além disso, o estresse térmico coloca uma carga adicional sobre o coração, fazendo com que ele bombeie mais rápido para dissipar o calor do corpo.
Pessoas com condições cardíacas pré-existentes, como hipertensão arterial, doença coronariana, e insuficiência cardíaca estão em maior risco de complicações relacionadas ao calor intenso. “As altas temperaturas podem desencadear ataques cardíacos e arritmias, pois o coração precisa trabalhar mais para manter a temperatura corporal sob controle. É essencial tomar precauções durante ondas de calor, como manter-se hidratado, evitar a exposição direta ao sol e buscar ambientes com ar-condicionado ou ventilação adequada”, recomenda Franken.
Risco de insolação
Quando a temperatura está muito alta e a pessoa está exposta ao sol, o corpo pode entrar num quadro de insolação. A condição se caracteriza pelo aumento da temperatura corporal, pele avermelhada e quente, pele seca, dor de cabeça, confusão, náuseas e até mesmo desmaios. “Essa condição é potencialmente perigosa e requer atenção imediata, pois pode levar a danos graves ao organismo e, em casos extremos, risco de morte. É fundamental buscar abrigo à sombra, hidratar-se e resfriar o corpo em casos suspeitos de insolação”, orienta Franken.
Além disso, há um fator capaz de agravar os impactos dos dias mais quentes, que é o ar seco. Temperatura muito alta associada ao ar seco e poluído leva ao ressecamento das mucosas, especialmente do nariz e da boca, que podem causar o sangramento nasal, dificuldade para respirar, tosse e até mesmo crises asmáticas em pessoas predispostas.
“Sempre que temos mudanças extremas de umidade do ar ou de temperatura, algumas questões respiratórias podem surgir por causa da alteração das mucosas. Por isso o ideal é tentar ficar em ambientes onde a umidade relativa do ar está adequada [usar um umidificador é uma opção] e utilizar soro fisiológico quando o tempo está muito quente e seco também ajuda a prevenir doenças respiratórias”, destacou a infectologista Emy Akiyama Gouveia, do Hospital Israelita Albert Einstein.
Como se proteger do calor?
É fundamental se proteger do calor e manter-se hidratado em dias de temperaturas muito altas. Entre as principais recomendações estão:
Beba bastante água e não a substitua por bebidas alcoólicas;
Faça refeições leves e frias mais vezes ao dia;
Mantenha a sua casa fresca, com janelas abertas;
Tome banhos mais frios;
Prefira ambientes arejados e evite aglomerações;
Proteja-se do sol com chapéu, óculos escuros, roupas leves e protetor solar;
Use soro fisiológico nos olhos e narinas;
Não faça exercícios físicos em horários com maior incidência de raios UV, das 11h às 17h.
Com informações do site Vida Saudável, do Hospital Albert Einstein.