Entenda como o reajuste dos medicamentos pode afetar o seu bolso

Variação dos aumentos depende do nível de concorrência do produto no mercado.

01/04/2025 11:00

Variação dos aumentos depende do nível de concorrência do produto no mercado – iStock/MJ_Prototype
Variação dos aumentos depende do nível de concorrência do produto no mercado – iStock/MJ_Prototype - iStock/MJ_Prototype

Desde a última segunda-feira, 31, os medicamentos comercializados no Brasil estão sujeitos a um reajuste de preços que pode chegar a 5,06%, conforme determinação da Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED). A variação dos aumentos depende do nível de concorrência do produto no mercado.

Entretanto, especialistas do setor farmacêutico indicam que esse aumento não deve ser imediatamente sentido pelos consumidores.

Além disso, a ampla concorrência entre farmácias e os estoques já adquiridos podem atenuar o impacto do reajuste dos medicamentos, resultando em preços abaixo do teto permitido.

Faixas de reajuste

O percentual máximo de aumento foi distribuído em três categorias:

Nível 1: Medicamentos com alta concorrência podem sofrer reajuste de até 5,06%. Entre eles, estão antidepressivos, antibióticos, soluções de cloreto de sódio e analgésicos.

Nível 2: Medicamentos de concorrência moderada poderão ter aumento máximo de 3,83%, como antidiabéticos, hormônios e antigripais.

Nível 3: Produtos com baixa ou nenhuma concorrência, como insulina, antivirais para HIV e vacinas contra gripe, HPV e hepatite, terão reajuste máximo de 2,60%.

Impacto sobre medicamentos comuns

Hipertensão

A hipertensão afeta cerca de 30% dos brasileiros, e muitos dos medicamentos utilizados no tratamento da doença são disponibilizados gratuitamente ou com desconto pelo programa Farmácia Popular. A maioria desses remédios pertence ao nível 1 de reajuste, devido à grande oferta no mercado. 

  • Diuréticos: Hidroclorotiazida (presente no Farmácia Popular)
  • Bloqueadores dos canais de cálcio: Amlodipina 5
  • Inibidores da ECA: Captopril, Losartana (ambos no Farmácia Popular) e Enalapril
  • Betabloqueadores: Atenolol e Propanolol (também disponíveis no Farmácia Popular)

Há opções que combinam essas substâncias em um único comprimido, mas a preferência por comprá-los separadamente ainda se deve ao custo reduzido.

Diabetes

  • Metformina: Disponível na Farmácia Popular
  • Insulina Glargina: Incluída no nível 3, pois possui pouca concorrência

Dislipidemia

  • Sinvastatina: Fornecida pelo Farmácia Popular
  • Atorvastatina: Categoria de alta concorrência (nível 1)

Depressão e a falta de cobertura no Farmácia Popular

A depressão, que afeta 11,3% da população brasileira, apresenta um dos maiores reajustes dos medicamentos, de 5,06%. No entanto, nenhum dos antidepressivos faz parte dos 41 medicamentos disponibilizados pelo Farmácia Popular. Essa ausência é preocupante, considerando que o Brasil lidera o ranking global de incidência da doença.

Segundo o presidente da Associação Brasileira de Psiquiatria (ABP), Antonio Geraldo, a falta de acesso facilitado a esses medicamentos compromete a continuidade do tratamento. Como resultado, pacientes psiquiátricos, que já lidam com custos elevados, podem ser forçados a interromper suas medicações, o que agrava ainda mais sua condição de saúde.

Regulação e fiscalização

A Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) mantém um painel online que monitora os preços máximos autorizados dos medicamentos e a alíquota de ICMS incidente sobre cada um. Consumidores que identificarem aumentos abusivos podem denunciar pelo site da Anvisa, garantindo que os reajustes permaneçam dentro dos limites regulamentados e evitando práticas irregulares no mercado farmacêutico.

Com informações do portal G1. 

Outras dicas de Saúde na Catraca Livre

O autismo, também conhecido como Transtorno do Espectro Autista (TEA), não afeta apenas crianças. Muitos adultos convivem com a condição sem sequer saberem, já que os sinais podem ser confundidos com traços de personalidade ou hábitos. Aprenda a identificar possíveis sinais de autismo que podem passar despercebidos na fase adulta.