Entenda os problemas de saúde que levaram à morte do Papa Francisco
O caso do Papa envolveu condições crônicas, histórico pulmonar e infecções respiratórias, que fragilizaram sua saúde
O Vaticano confirmou na segunda-feira (21) que a morte do Papa Francisco, aos 88 anos, ocorreu em decorrência de um Acidente Vascular Cerebral (AVC) seguido de um quadro de insuficiência cardíaca irreversível.
Segundo o boletim médico oficial, o pontífice entrou em coma e sofreu um colapso cardiocirculatório às 7h35 no horário local (2h35 em Brasília), após complicações de saúde que se agravaram nas últimas semanas.
Francisco liderou a Igreja Católica por 12 anos, desde sua eleição em 2013. Mesmo diante de problemas de saúde recorrentes, manteve-se firme na liderança da Igreja até o fim.
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Histórico de problemas de saúde do Papa
O Papa Francisco já convivia com uma condição pulmonar crônica desde a juventude. Nos anos 1950, ainda na Argentina, teve parte de um dos pulmões removida após uma infecção grave. Essa condição de base se tornou um fator de risco significativo com o avanço da idade.

De acordo com o cardiologista e clínico geral Dr. Vinicius Carlesso, pessoas idosas com histórico pulmonar comprometido estão mais suscetíveis a complicações respiratórias graves.
“Infecções respiratórias simples podem evoluir rapidamente para quadros como a pneumonia bilateral, principalmente quando há comprometimento do sistema imunológico, como no caso do Papa Francisco.”
A infecção polimicrobiana — causada por múltiplos microrganismos — contribuiu para o agravamento do quadro, culminando em falência respiratória, uma das principais causas de morte entre idosos hospitalizados.
Um histórico médico marcado por fragilidade crescente
Nos últimos anos, o pontífice enfrentou diversos episódios de internações e cirurgias, o que indicava um quadro clínico cada vez mais delicado:
- 2021: cirurgia no cólon para tratar um estreitamento intestinal;
- 2023: internação por bronquite e cirurgia abdominal;
- Osteoartrite que limitava sua mobilidade, exigindo o uso constante de cadeira de rodas e bengala;
- Diversos episódios de diverticulite, quedas com hematomas e lesões;
- Internações frequentes por infecções respiratórias.
Essas condições refletiam não apenas o avanço da idade, mas também o enfraquecimento gradual do organismo, conhecido como imunossenescência — a redução natural da resposta imunológica com o envelhecimento.
“O caso do Papa Francisco é um lembrete da importância de acompanhamento contínuo e atenção a sinais respiratórios em pacientes idosos. Há limites fisiológicos que precisam ser respeitados com humanidade e cuidado”, ressalta o Dr. Carlesso.