Entenda por que a musculação pode ajudar a prevenir o Alzheimer

Musculação tem sido amplamente estudadas no contexto da doença de Alzheimer

28/10/2023 23:59

Musculação tem sido amplamente estudadas no contexto da doença de Alzheimer – iStock/Getty Images 
Musculação tem sido amplamente estudadas no contexto da doença de Alzheimer – iStock/Getty Images  - Getty Images/iStockphoto

Atrasar os sintomas do Alzheimer, além de funcionar como terapia de baixo custo e ampla disponibilidade são apenas alguns dos benefícios proporcionados pela prática de exercícios físicos como a musculação. É o que aponta estudo publicado na revista Frontiers in Neuroscience por pesquisadores das universidades Federal de São Paulo (Unifesp) e de São Paulo (USP).

Por envolverem a contração de músculos específicos contra uma resistência externa, a musculação é considerada fundamental para aumentar a massa muscular, força e densidade óssea. Não à toa, a Organização Mundial da Saúde (OMS) recomenda o exercício resistido como a melhor opção para manter o equilíbrio, postura e prevenção de quedas.

“O exercício físico resistido se confirma cada vez mais como estratégia efetiva para evitar o surgimento dos sintomas de Alzheimer esporádica [não associada a uma mutação herdada], que é multifatorial e pode estar relacionada ao envelhecimento, ou para retardá-los nos casos da forma familiar da doença”, explica Beatriz Monteiro Longo, professora de neurofisiologia da Unifesp e coordenadora do trabalho, em declaração divulgada pelo governo de São Paulo.

Musculação x Alzheimer: o que diz a ciência

Para entender os efeitos neuroprotetores da musculação, os pesquisadores dos departamentos de Fisiologia e Psicobiologia da Unifesp e de Bioquímica do Instituto de Química da USP lançaram mão de uma série de experimentos em camundongos transgênicos que apresentam uma mutação relacionada ao acúmulo de placas beta-amiloide no cérebro, uma das principais características do Alzheimer.

Em seguida, os camundongos foram submetidos a treinos que envolviam subir uma escada de 110 centímetros de altura, com inclinação de 80 graus e degraus separados por dois centímetros.

Para exigir maior esforço dos animais durante o treinamento, cargas progressivas de 75%, 90% e 100% do peso foram acopladas em suas caudas. A nesta etapa do experimento era simular a prática de exercícios em equipamentos de academia.

O que se concluiu?

Após quatro semanas de treinamento, amostras de sangue foram coletadas dos camundongos e os níveis do hormônio corticosterona, equivalente ao cortisol em humanos e relacionado ao estresse, foram averiguados.

Finalizado o experimento, os resultados mostraram que os níveis desse hormônio nos camundongos treinados foram normalizados, equiparando-se aos do grupo-controle, composto por animais saudáveis sem a mutação. Além disso, a análise do cérebro revelou uma redução na formação de placas beta-amiloide.