Entenda por que um paciente teve acúmulo de cobre nos olhos

Um defeito genético prejudica o transporte de cobre no organismo e causa a doença

10/06/2023 23:00

Saiba como é possível uma doença causar acúmulo de cobre nos olhos
Saiba como é possível uma doença causar acúmulo de cobre nos olhos - iStock/RyanKing999

Um estudo recente publicado no jornal científico The New England Journal of Medicine revelou um caso surpreendente de um paciente com acúmulo de cobre nos olhos.

O homem apresentava um anel dourado na córnea e foi diagnosticado com a doença de Wilson, também conhecida como degeneração hepatolenticular e degeneração lenticular progressiva.

O que é doença de Wilson?

A doença de Wilson é causada por um defeito genético que compromete o transporte adequado de cobre no organismo, resultando no envenenamento do corpo por essa substância. Geralmente, o diagnóstico ocorre entre as idades de 5 e 35 anos, mas pode afetar pessoas de todas as faixas etárias.

O cobre desempenha um papel essencial no desenvolvimento saudável de nervos, ossos, colágeno e melanina. Normalmente, o fígado filtra o cobre em excesso e o elimina pela urina.

No entanto, pacientes com doença de Wilson possuem dificuldade em remover o cobre extra, levando ao acúmulo da substância no cérebro, fígado e olhos.

O diagnóstico precoce é crucial para interromper a progressão da doença e evitar complicações graves, como insuficiência hepática e danos cerebrais.

A doença altera a cor dos olhos para marrom dourado
A doença altera a cor dos olhos para marrom dourado - The New England Journal of Medicine

Sinais de alerta e tratamento

Os sintomas variam de acordo com a região afetada pelo acúmulo de cobre e incluem:

  • Fadiga, falta de apetite ou dor abdominal;
  • Amarelecimento da pele e do branco dos olhos (icterícia);
  • Mudanças de cor nos olhos para marrom dourado (anéis de Kayser-Fleischer);
  • Acúmulo de fluido nas pernas ou abdômen;
  • Problemas para falar, engolir ou com coordenação física;
  • Movimentos descontrolados ou rigidez muscular.

O tratamento geralmente envolve o uso de medicamentos que ajudam a remover o excesso de cobre do corpo e uma dieta com restrição de cobre ao longo da vida. Em casos mais graves, um transplante de fígado pode ser necessário.