Erros gramaticais podem acionar sinais de estresse, diz estudo

Entenda o que levou cientistas a associar erros gramaticais a estresse

Erros gramaticais: Entenda como corpo pode ser danificado pelo estresse e como amenizar os sintomas – iStock/Getty Images

Uma pesquisa inédita do Reino Unido revela que ouvir erros gramaticais pode acionar sinais físicos de tensão. A conclusão levou os especialistas a crer que anomalias gramaticais não são apenas uma irritação passageira. 

Publicado no Journal of Neurolinguistics, o estudo reuniu um grupo de pesquisadores da Universidade de Birmingham, que avaliaram os efeitos dos erros gramaticais na Variabilidade da Frequência Cardíaca (VFC) – uma medida cardiovascular que registra os intervalos de tempo entre batimentos cardíacos – dos indivíduos expostos a tais erros em áudios.

De acordo com Dagmar Divjak, professora integrante do estudo, quando um indivíduo está relaxado, os intervalos entre os batimentos tendem a ser variáveis, mas se tornam mais regulares quando a pessoa está estressada.

Erros gramaticais afetam a frequência cardíaca e causam estresse

O estudo intitulado “Respostas fisiológicas e comportamentos cognitivos: Variabilidade da frequência cardíaca como indicador do conhecimento linguístico” revelou uma diminuição expressiva na VFC em resposta aos erros gramaticais.

“A redução na VFC sugere que quanto mais erros uma pessoa ouve, mais regulares se tornam os seus batimentos cardíacos – um indicativo de estresse”, esclarece Divjak.

Para entender a relação, os pesquisadores monitoraram a frequência cardíaca dos participantes por meio de um sensor ligado ao dedo médio da mão não dominante de cada um.

Ao longo da pesquisa, os 41 participantes ouviram 40 amostras de áudio em inglês, com metade contendo erros de gramática.

Erros gramaticais x Saúde mental

“Avaliar com precisão as capacidades linguísticas de um indivíduo, independentemente da idade e das capacidades físicas ou cognitivas, é crucial para muitas questões relacionadas à cognição, incluindo a saúde do cérebro”, afirmam os especialistas.

Eles sugerem que a prática de expor as pessoas aos erros gramaticais pode ser uma ferramenta útil para avaliar a saúde mental dos indivíduos.

Os resultados desse estudo inovador abriram um leque de possibilidades para pesquisas futuras, estabelecendo uma potencial ligação entre a linguística e o bem-estar físico e mental.