Escoliose grave: o que é, sintomas e o tratamento usado pela filha de Rodrigo Faro
Escoliose em estágio grave trata-se de uma deformidade na coluna vertebral com curvatura fora do padrão
Maria Viel Faro, filha do apresentador Rodrigo Faro com a modelo Vera Viel, foi diagnosticada com escoliose em estágio grave. Trata-se de uma deformidade na coluna vertebral com curvatura fora do padrão, que no caso da jovem chegou ao nível 34.

A condição ganhou visibilidade após o diagnóstico de Maria e levantou dúvidas sobre o que caracteriza uma escoliose grave e como ela pode ser tratada.
Felizmente, o caso foi identificado a tempo de evitar uma cirurgia, geralmente indicada quando a curvatura ultrapassa os 40 graus.
O que é a escoliose e quais os sinais de alerta
A escoliose é uma curvatura tridimensional anormal da coluna, que pode formar um “S” ou “C”.
As regiões mais afetadas são a lombar e a torácica, e os sintomas incluem má postura e diferença de altura entre os ombros.
Também é possível notar rotação da coluna e assimetria corporal. A doença pode ser detectada por meio de avaliação clínica.
Exames clínicos analisam simetrias nos ombros, bacia, mamilos e o chamado triângulo de talhe.
Segundo o ortopedista André Evaristo Marcondes, é essencial buscar avaliação entre os 5 e 7 anos e novamente aos 12 ou 13 anos.
Isso permite a identificação precoce, o que aumenta as chances de tratamentos menos invasivos.

Diagnóstico e graus de curvatura
O diagnóstico da escoliose inclui a medição da curvatura da coluna vertebral.
Curvaturas de até 20 graus são consideradas normais ou quase normais.
Entre 20 e 40 graus, o tratamento depende do crescimento da criança: se ainda estiver em desenvolvimento, usa-se colete.
Quando a curvatura ultrapassa 40 graus, há indicação cirúrgica, pois a deformidade tende a progredir.
No caso de Maria Viel, o grau 34 exige o uso de colete por 18 horas diárias, durante um ano.
Esse tipo de tratamento visa conter a progressão da curvatura e evitar a necessidade de cirurgia.
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Tipos de escoliose e suas causas
A escoliose pode ter diferentes causas e classificações. Segundo Marcondes, os tipos mais comuns são:
- Congênita: presente desde o nascimento, causada por má formação vertebral.
- Neuromuscular: decorrente de doenças neurológicas ou musculares.
- Degenerativa: ocorre em adultos devido ao desgaste da coluna.
- Idiopática: mais comum, sem causa definida, ocorre durante o crescimento.
“Idiopática” significa “sem causa definida”. Sabe-se que há uma alteração durante o estirão de crescimento, mas as causas ainda são debatidas.
Fatores de risco e prevalência
No Brasil, estima-se que cerca de 6 milhões de pessoas convivem com a escoliose.
A condição é mais comum em adolescentes, mas pode surgir em qualquer faixa etária.
Entre os fatores de risco estão histórico familiar, deficiências nutricionais, ser do sexo feminino e períodos de crescimento.
“A escoliose é uma doença multifatorial e genética, ou seja, a combinação gênica dos pais cria uma predisposição genética para o aparecimento da escoliose.”
Como é feito o tratamento
O tratamento varia conforme a gravidade e a fase de crescimento do paciente.
O colete ortopédico, como o usado por Maria Viel, não corrige a deformidade, mas impede sua progressão.
“Há uma diminuição do grau da curvatura no período de uso, porém, após a retirada, a curvatura retorna ao grau inicial, no momento do diagnóstico.”
A cirurgia, por sua vez, é definitiva. “Isso porque a cirurgia é uma fusão vertebral. Você realinha a coluna e faz uma fusão dos ossos, de modo que a correção não é possível de ser desfeita.”
Importância da atividade física e fisioterapia
Mesmo nos casos leves, a atividade física é parte importante da prevenção e do tratamento.
Modalidades como natação, judô e jiu-jítsu ajudam no fortalecimento e equilíbrio muscular.
Além disso, fisioterapia especializada em reeducação postural global (RPG) é altamente recomendada.
Essas práticas contribuem para o controle da doença e qualidade de vida do paciente.
Outras alterações da coluna
Nem toda curvatura é um problema. De perfil, o corpo humano naturalmente possui curvaturas fisiológicas.
Quando há desequilíbrio nas curvas normais, surgem condições como hipercifose ou perda da lordose.
Ainda que essas alterações existam, são menos frequentes e mais leves do que a escoliose.
“Porém, esses tipos de patologia são menos incidentes, e a necessidade de abordagem cirúrgica é menor, se comparado com a escoliose.”