Especialista propõe “detox político” para o bem da sua saúde mental; veja as dicas
Cinco atitudes práticas para revisar a forma como consumimos e participamos das discussões políticas
Envolver-se demais em discussões políticas pode causar sentimentos de exaustão, ansiedade e até depressão, especialmente diante da polarização crescente nas opiniões e na forma como a informação é compartilhada. Em entrevista ao podcast Baylor Connections, um professor da Baylor University sugere uma abordagem diferente: um “detox político”.
A proposta vem do professor Thomas Hibbs, Ph.D., catedrático em Filosofia e Reitor Emérito do Honors College da Baylor. Para ele, esse afastamento temporário do debate político pode ajudar a restaurar o equilíbrio emocional e resgatar uma forma mais saudável de pensar e se relacionar com o outro. “Nosso discurso político está bastante tóxico e estamos politizando tudo”, afirma. “Se não temos perspectivas que nos libertem momentaneamente do peso do embate político, nossa política se torna superficial, porque perdemos os recursos que poderiam dar vida e elevação ao debate.”
Durante o programa, Hibbs apresentou os principais pontos de seu artigo publicado no The Dallas Morning News, intitulado A Guide to Political Detox (“Um Guia para o Detox Político”), no qual propõe cinco atitudes práticas para revisar a forma como consumimos e participamos das discussões políticas.
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1. Praticar um consumo de notícias mais saudável
Hibbs defende uma abordagem mais criteriosa para consumir informações políticas, que vá além das redes sociais e do formato rápido. Ele sugere buscar fontes diversas e incluir conteúdos mais densos, como reportagens longas e análises profundas, que exijam maior atenção e reflexão.
2. Criticar os “aliados” e reconhecer os “opositores”
Segundo o professor, é fundamental romper com o hábito de apenas reforçar a própria bolha ideológica. Ele valoriza aqueles que têm coragem de criticar o próprio grupo político e reconhecer virtudes no lado oposto. “Esse tipo de autocrítica saudável e generosidade para com os outros está cada vez mais raro, e precisa ser cultivado e valorizado”, aponta.
3. Buscar o silêncio e a solidão
Em um mundo onde as telas dominam a atenção, Hibbs destaca a importância de momentos de recolhimento. Ele defende a criação de espaços de silêncio — seja na natureza ou em casa — como forma de desenvolver uma escuta mais atenta e uma relação mais profunda consigo mesmo e com os outros. “Essa quietude pode nos permitir perceber coisas em nosso coração e no próximo que passam despercebidas no ritmo frenético das redes”, afirma.
4. Cultivar amizades apolíticas
O professor também aconselha a construção de amizades que não estejam centradas na política. Ter relações com pessoas de opiniões divergentes pode enriquecer o diálogo e promover o respeito mútuo. “Sempre quis que, em uma conversa, houvesse alguém que se sentisse à vontade para discordar honestamente”, diz Hibbs. Para ele, essas amizades devem se basear em algo mais profundo do que os embates do momento.
5. Reflita sobre os discursos políticos
Hibbs disse que é importante mergulhar profundamente nos argumentos ideológicos, como eles se apresentam, e ver como isso nos ajuda a refletir sobre nossas ideias políticas, fazendo quatro perguntas: Como enxergamos as diferenças de ideias? O que pensamos sobre as populações pobres? O que pensamos sobre a maneira como tratamos as pessoas à margem da sociedade? Como podemos atender efetivamente às suas necessidades?
“Parece-me que alguns discursos falam de uma forma que, pelo menos da minha perspectiva, não se encaixa perfeitamente em nenhum dos dois lados políticos ou em uma soma das melhores características de ambos”, disse Hibbs. “Há recursos muito mais profundos ali para nos basearmos.”
Detox pelo bem da saúde mental a relações sociais
Em última análise, Hibbs reconhece que uma desintoxicação política precisa ocorrer para evitar que sejamos enlouquecidos pela política, agravando a nossa saúde mental e pelo bem de nossas famílias e relações sociais.
“Não é um distanciamento da política, mas sim dar a si mesmo alguma perspectiva e recuperar uma maneira saudável de pensar e interagir com os outros, o que lhe permite se envolver novamente com a política de uma forma que não o destrua como ser humano”, disse Hibbs.
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