Esta bebida pode acelerar a progressão do Alzheimer, diz pesquisa
O uso excessivo de álcool pode agravar o Alzheimer, desencadeando inflamações cerebrais e alterações neuronais
A doença de Alzheimer, uma das principais causas de demência no mundo, continua sendo um grande desafio para a ciência. Pesquisadores da Scripps Research realizaram um estudo inovador que sugere uma possível conexão entre o transtorno do uso de álcool e a progressão da doença de Alzheimer. Os resultados, publicados na revista eNeuro, indicam que o consumo excessivo de álcool pode acelerar os danos cerebrais característicos do Alzheimer.

O impacto do estilo de vida no Alzheimer
Embora o envelhecimento e a predisposição genética sejam fatores primários no desenvolvimento do Alzheimer, há um crescente interesse na influência de aspectos do estilo de vida, como a alimentação, a atividade física e o consumo de álcool. O estudo da Scripps Research reforça essa perspectiva, mostrando que o uso excessivo de álcool pode intensificar os mecanismos biológicos ligados à progressão da doença.
O vínculo entre o consumo de álcool e o declínio cognitivo é conhecido há anos, mas essa nova pesquisa vai além, explorando as alterações genéticas e celulares que ocorrem no cérebro de indivíduos com Alzheimer e transtorno do uso de álcool.
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Descobertas do estudo
Os pesquisadores analisaram amostras cerebrais de indivíduos em diferentes estágios do Alzheimer e aqueles com histórico de abuso de álcool. O foco do estudo foi o neocórtex, região do cérebro responsável por funções como memória e tomada de decisão.
Uma das principais descobertas foi a ativação exacerbada de genes inflamatórios em ambos os grupos. O estudo identificou que as microglias, células imunes do cérebro, estavam excessivamente ativas, comprometendo a barreira hematoencefálica e permitindo a entrada de substâncias prejudiciais, que podem acelerar o declínio cognitivo.
Além disso, tanto os indivíduos com Alzheimer quanto aqueles com transtorno do uso de álcool apresentaram redução na expressão de genes fundamentais para a comunicação neuronal. Essa alteração foi especialmente evidente nos estágios avançados da doença e nos indivíduos com histórico prolongado de consumo excessivo de álcool.
Outro aspecto observado foi a deterioração da rede vascular cerebral, comprometendo a distribuição de oxigênio e nutrientes essenciais ao funcionamento neuronal.

O papel do álcool na progressão do Alzheimer
O estudo sugere que o consumo excessivo de álcool pode ser um fator de risco significativo para o agravamento do Alzheimer. A exposição prolongada ao álcool parece amplificar os processos inflamatórios e as disfunções sinápticas associadas à doença, acelerando a neurodegeneração.
Apesar dos achados importantes, os pesquisadores alertam que o conjunto de dados para o transtorno do uso de álcool ainda é limitado e sugerem a necessidade de estudos adicionais com amostras maiores e diversificadas. No entanto, as evidências destacam a importância de adotar hábitos saudáveis para preservar a função cognitiva ao longo da vida.
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