Esta bebida pode aumentar em 85% o risco de câncer de fígado

O consumo excessivo de bebidas açucaradas pode elevar o risco de câncer de fígado e outras doenças hepáticas crônicas

Por Wallace Leray em parceria com João Gabriel Braga (Médico - CRMGO 28223)
24/01/2025 12:46

O consumo frequente de bebidas açucaradas, como refrigerantes, tem sido associado a um aumento significativo nos riscos de câncer de fígado e de mortalidade por doenças hepáticas crônicas. Essa relação foi evidenciada por um estudo publicado na revista científica JAMA, que analisou dados de quase 100 mil mulheres na pós-menopausa.

As descobertas apontaram que aquelas que consumiam uma ou mais porções diárias dessas bebidas apresentaram um risco 85% maior de desenvolver câncer de fígado e 68% maior de morrer em decorrência de doenças hepáticas crônicas, quando comparadas às mulheres que consumiam menos de três porções mensais.

Esta bebida pode aumentar em 85% o risco de câncer de fígado
Esta bebida pode aumentar em 85% o risco de câncer de fígado - iSTock/Tharakorn

Os mecanismos por trás do problema

Embora ainda não se compreenda completamente os mecanismos que ligam o consumo de bebidas açucaradas ao aumento do risco de câncer de fígado, os especialistas acreditam que os altos níveis de açúcar possam desempenhar um papel fundamental.

Esse consumo excessivo pode elevar os níveis de glicose no sangue e aumentar a resistência à insulina, dois fatores diretamente associados ao desenvolvimento de doenças hepáticas, incluindo o câncer. Esses efeitos metabólicos adversos podem comprometer o funcionamento do fígado e desencadear processos inflamatórios que favorecem o surgimento de condições graves.

Refrigerantes e bebidas açucaradas: vilões ocultos para a saúde do fígado.
Refrigerantes e bebidas açucaradas: vilões ocultos para a saúde do fígado. - iSTock/Satjawat Boontanataweepol

Câncer de fígado: um desafio letal

O câncer de fígado é amplamente reconhecido como uma das formas mais letais de câncer, com taxas de sobrevivência inferiores a 40% após cinco anos do diagnóstico.

Os principais sintomas que indicam a presença da doença incluem dor abdominal, aumento ou distensão do abdômen, perda inexplicada de peso, perda de apetite, sensação geral de mal-estar, icterícia (caracterizada por pele e olhos amarelados) e ascite (acúmulo de líquido na região abdominal). Identificar esses sinais precocemente pode ser essencial para aumentar as chances de tratamento eficaz.

Natureza observacional do estudo

Vale ressaltar que as conclusões do estudo publicado na JAMA são de natureza observacional. Isso significa que, embora tenha sido encontrada uma associação significativa entre o consumo de bebidas açucaradas e o risco de doenças hepáticas, não há comprovação de uma relação de causa e efeito.

Estudos adicionais são necessários para confirmar esses resultados e explorar detalhadamente os mecanismos biológicos envolvidos.

Escolhas saudáveis, como água e chá sem açúcar, protegem o fígado e a qualidade de vida.
Escolhas saudáveis, como água e chá sem açúcar, protegem o fígado e a qualidade de vida. - iSTock/airdone

Estratégias para reduzir o risco

Diante das evidências, especialistas recomendam reduzir significativamente o consumo de bebidas açucaradas como uma medida eficaz para proteger a saúde hepática. Substituir essas bebidas por opções mais saudáveis, como água, chá ou café sem açúcar, pode ser uma alternativa simples e impactante.

Longgang Zhao, pesquisador da Brigham’s Channing Division of Network Medicine e um dos autores do estudo, enfatizou que, se essas descobertas forem confirmadas, reduzir o consumo de bebidas açucaradas pode se tornar uma importante estratégia de saúde pública para mitigar a carga global de doenças hepáticas.

Principais sintomas de câncer de fígado: atenção aos sinais

O câncer de fígado, um dos mais letais, apresenta sintomas como dor abdominal, perda de peso inexplicável, icterícia e ascite. Segundo a matéria da Catraca Livre, reconhecer esses sinais precocemente pode salvar vidas. Estudos reforçam que evitar bebidas açucaradas ajuda a proteger o fígado e reduzir riscos associados. Veja mais aqui!