Esta seria a principal causa do autismo, segundo estudo

Ácidos graxos no sangue do cordão podem influenciar os sintomas de TEA, aponta pesquisa japonesa

Por Wallace Leray em parceria com João Gabriel Braga (Médico - CRMGO 28223)
17/01/2025 18:44 / Atualizado em 20/01/2025 15:39

Pesquisadores da Universidade de Fukui, no Japão, investigaram a ligação entre os níveis de ácidos graxos no sangue do cordão umbilical e o transtorno do espectro autista (TEA). O estudo analisou 200 crianças e encontrou um composto específico, o diHETrE, que pode estar relacionado à gravidade dos sintomas do autismo.

Esta seria a principal causa do autismo, segundo estudo
Esta seria a principal causa do autismo, segundo estudo - iSTock/Naeblys

O papel do diHETrE

O diHETrE, um ácido graxo poli-insaturado, mostrou uma relação interessante: altos níveis foram associados a dificuldades sociais, enquanto baixos níveis indicaram comportamentos repetitivos e restritivos. Esses efeitos foram mais notáveis em meninas, sugerindo diferenças de gênero no TEA.

Potenciais intervenções futuras

Os cientistas acreditam que medir diHETrE ao nascimento pode ajudar a prever o risco de autismo. Intervenções no metabolismo desse composto durante a gravidez poderiam, em teoria, reduzir os riscos. No entanto, são necessários mais estudos para confirmar essa hipótese.

Análises de sangue do cordão umbilical revelam pistas sobre o desenvolvimento do autismo
Análises de sangue do cordão umbilical revelam pistas sobre o desenvolvimento do autismo - iSTock/Believe_In_Me

Métodos do estudo

As amostras de sangue do cordão umbilical foram coletadas ao nascimento e cruzadas com relatos dos pais sobre os sintomas de TEA aos 6 anos. Os resultados, publicados na Psychiatry and Clinical Neurosciences, abrem portas para novas pesquisas.

Pesquisa japonesa associa ácidos graxos a diferenças nos sintomas do transtorno do espectro autista
Pesquisa japonesa associa ácidos graxos a diferenças nos sintomas do transtorno do espectro autista - iSTock/Taras Grebinets

Sobre o transtorno do espectro autista

O TEA afeta habilidades sociais e comportamentais, com intensidade variando em cada caso. A OMS estima que 1 em 100 crianças seja diagnosticada com TEA, o que torna a identificação precoce essencial para intervenções eficazes.

Autismo em adultos

Uma matéria da Catraca Livre destacou como sinais de autismo frequentemente só são reconhecidos na fase adulta, especialmente em mulheres. A adaptação social e os critérios diagnósticos voltados a homens dificultam a detecção precoce. Esse atraso reforça a importância de mais informações e diagnósticos acessíveis. Veja mais aqui!